Antes de falarmos do jogo propriamente dito e da nota artística que a Seleção Nacional merece ou não merece, a verdade é que Portugal marcou três golos no Maracanã de Belgrado. Três golos legais, mas o árbitro Danny Makkelie validou apenas dois.
Numa altura em que tanto se fala das novas tecnologias, do vídeo-árbitro, da linha de golo, e de tantas coisas que foram criadas para ter um futebol mais justo e com menos decisões erradas, eis que, em pleno ano de 2021, um árbitro e um juiz auxiliar não são capazes de ver uma bola, de forma clara, dentro de uma baliza.
Cristiano Ronaldo, no último suspiro do encontro, marcou o terceiro golo de Portugal e a nossa Seleção venceu o jogo, porém para a história fica um empate a dois. Numa primeira parte em que o árbitro holandês validou dois golos de Jota, numa segunda em que validou o remate certeiro de Mitrovic e depois de Kostic.
Até aqui falámos de factos e sobre factos não há opiniões distintas. Agora, se falarmos de nota artística ai temos de pintar noutro cenário e com cores distintas. E, talvez, a certeza das cores com que Portugal pintou o 'quadro' em Belgrado pode ter tonalidades mais quentes para uns, e mais frias para outros.
E agora que abrimos o campo da subjetividade vamos então às notas deste Sérvia-Portugal.
Melhor em campo: Diogo Jota merece a estrela de melhor em campo, afinal de um 'baixinho' de 1,78m surgiram dois golos de cabeça. O avançado do Liverpool superou a concorrência sérvia e nas alturas assumiu-se como 'rei'.
Surpresa do jogo: Radonjic entrou no início da segunda parte e foi o cabo das tormentas para Portugal. Assistiu nos dois golos da Sérvia e esteve perto do 3-2, porém Anthony Lopes evitou males maiores.
Desilusão: Milenković esteve envolvido nos dois golos sofridos pela Sérvia e acabou por ser expulso já nos descontos, após entrada violenta sobre Danilo. O defesa da Fiorentina viveu efetivamente uma noite para esquecer.
Dragan Stojkovic: Depois de uma primeira parte em que a Sérvia se apresentou de forma irreconhecível, o selecionador foi capaz de mexer com o 'xadrez' da equipa ao intervalo. A entrada de Nemanja Radonjic tornou-se o momento chave no rumo do encontro e do marcador final.
Fernando Santos: Uma primeira parte com nota artística bastante satisfatória, para uma etapa complementar em que Portugal se apagou durante muito tempo. O selecionador não soube reagir à avalanche sérvia, mexeu demasiado tarde e arriscou, inclusive, sair de Belgrado sem qualquer ponto.
Danny Makkelie: O que dizer de um árbitro que já tanto se falou, que se sentiu "envergonhado" e até "pediu desculpa" a Fernando Santos no final do encontro. Não vale a pena acrescentar mais factos, quando o erro foi tão evidente.
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