O Benfica assegurou, na noite de quinta-feira, um importante lugar na final da Taça de Portugal ao vencer o Estoril (2-0), em jogo da 2.ª mão das meias-finais da prova. Perante a distância face ao primeiro lugar no campeonato e depois da eliminação europeia, as águias agarraram com unhas e dentes o bilhete para a final da prova rainha e vão defrontar o Sp. Braga.
Numa noite em que a primeira parte teve um nível muito superior à do segundo tempo, Jorge Jesus promoveu várias alterações que, refira-se, deram uma boa resposta.
Jogadores com Chiquinho, Gonçalo Ramos, Pedrinho ou Nuno Tavares mostraram argumentos para serem mais vezes chamados a jogo perante uma equipa do Estoril já desmoralizada por conta da desvantagem trazida da 1.ª mão.
Vamos, pois, aos protagonistas deste jogo.
A figura
Chiquinho aproveitou da melhor forma a oportunidade dada por Jorge Jesus. O médio português foi sempre uma das unidades mais perigosas do Benfica, criou inúmeros problemas aos defesas do Estoril e assistiu Gonçalo Ramos para o primeiro golo do jogo.
Na segunda parte até poderia ter marcado, continuou a ser das unidades com melhor rendimento em campo e, curiosamente, a equipa do Benfica perdeu alguma dinâmica e fulgor no preciso momento em que Jorge Jesus o retirou de campo para lançar Taarabt. Provou que merece ser aposta mais vezes.
A surpresa
Thiago Silva foi o jogador do Estoril a melhor nível na Luz. Se a equipa da Linha não sofreu mais golos ontem, tal se deve ao guardião brasileiro. Atento, bem posicionado e com a particularidade de colocar a bola de forma inteligente, nomeadamente na primeira parte. Assinou, ainda, várias defesas e negou o golo a Chiquinho e Pedrinho. Bela demonstração do guarda-redes do Estoril.
A desilusão
Numa altura em que Diogo Gonçalves tem ganho alguns pontos na luta por um lugar na equipa titular do Benfica a lateral direito, eis que Gilberto voltou a ser aposta de JJ e assinou nova exibição... cinzenta. É verdade que não teve muito trabalho a nível defensivo, mas quando quis participar ofensivamente pouco ou nada acrescentou. Aliás, em vários lances acabou por desperdiçar boas ocasiões para criar desequilíbrios, tomando decisões erradas. Ora tentava dar mais um toque, ora tentava fintar o adversário, ora demorava tempo a mais e perdia a possibilidade de cruzamento.
Jorge Jesus
Na véspera do jogo, Jorge Jesus tinha confirmado que iria fazer várias alterações no onze e cumpriu com o prometido. Viu os habituais suplentes dar, na generalidade, uma boa resposta e curiosamente a equipa perdeu-se quando estes... foram substituídos pelos crónicos titulares.
Nota positiva para a dinâmica que conseguiu criar na primeira parte ao autorizar as constantes trocas posicionais entre Pizzi, Chiquinho, Pedrinho e Cervi.
Bruno Pinheiro
Era difícil para o Estoril dar a volta à eliminatória, mas a equipa canarinha conseguiu criar muitos problemas ao Benfica na 1.ª mão, algo que não aconteceu no jogo de ontem. O Estoril acabou por ser uma equipa muito previsível e nunca conseguiu incomodar, verdadeiramente, a defensiva encarnada. Odysseas apenas teve que fazer uma defesa digna desse nome já perto do apito final.
Árbitro
Hélder Malheiro não teve grandes casos para ajuizar no jogo da Luz. Mostrou um par de cartões amarelos na primeira parte em lances de perigo, mas o jogo nunca atingiu grandes níveis de agressividade. Noite tranquila para Hélder Malheiro.
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