Dois jogos, duas vitórias e um caminho que, aos poucos, se começa a vislumbrar de forma mais clara rumo aos 16-avos-de-final. Assim se resume o cenário que o Sporting de Braga tem em mãos na Liga Europa, depois do triunfo sobre o Zorya, por 2-1.
Os arsenalistas não encantaram (bem longe disso), mas construíram, desde bem cedo, um resultado relativamente confortável em solo ucraniano, que, com maior ou menor dificuldade, foram gerindo até ao apito final.
Paulinho abriu o marcador logo aos quatro minutos, com uma finalização à 'matador' após cruzamento de Ricardo Esgaio, e, apenas sete minutos depois, foi a vez de Nico Gaitán deixar a sua marca, com um grande remate de fora da grande área.
Com a vantagem 'no bolso', os homens de Carlos Carvalhal relaxaram e entregaram a iniciativa de jogo à equipa da casa, que, apesar de instalada no meio-campo adversário, demonstrou sempre uma gritante falta de acerto no último terço.
Na segunda parte, os ucranianos almejaram a baliza à guarda de Matheus por nove vezes, mas apenas no 'último suspiro' conseguiram, efetivamente, 'fazer estragos', por intermédio de Dmytro Ivanisenia, um dos mais inconformados.
Significa isto que o Sporting de Braga termina a segunda jornada na liderança do Grupo G da Liga Europa, com os mesmos seis pontos do Leicester City. Já o Zorya, é último, sem qualquer ponto amealhado, na companhia do AEK.
Figura
A noite foi, incontornavelmente, de Nico Gaitán. Os problemas físicos vinham a atrasar a estreia daquele que foi o mais sonante reforço de verão do Sporting de Braga, mas, na primeira vez que mereceu a aposta de Carlos Carvalhal, correspondeu em pleno. Além do golaço marcado, foi dos poucos que foi tentando segurar a bola na frente quando o Zorya 'apertava'.
Surpresa
Sem Nuno Sequeira, por motivos de ordem física, Carlos Carvalhal optou por entregar ao 'menino' Francisco Moura a titularidade na ala esquerda da defesa, e este aproveitou a oportunidade da melhor maneira possível. Ainda que com algumas 'dores de crescimento', o lateral de 21 anos cumpriu a tarefa e deixou claro que está preparado para somar mais minutos.
Desilusão
David Carmo foi, de longe, o 'elo mais fraco' da defesa a três do Sporting de Braga na visita ao Zorya. O central pareceu 'perdido' na fase de maior fulgor ofensivo dos ucranianos, somando faltas desnecessárias a outras que roçaram o limite da agressividade. Uma noite a rever para o jovem jogador.
Treinadores
Viktor Skripnik: As intenções foram, claramente, boas, como, aliás, já o tinham sido na derrota com o Leicester City, por 0-3. O Zorya apostou num estilo de jogo positivo, sempre a procurar o golo, mas acabou, uma vez mais, 'traído' pela falta de qualidade individual dos avançados e por uma série de deficiências defensivas, que se revelaram fatais.
Carlos Carvalhal: Sabendo do calendário apertado do Sporting de Braga e das dificuldades do adversário na transição defensiva, a opção passou por jogar na expetativa, à espera do mínimo erro adversário. Foi, de resto, assim que nasceram ambos os golos. No entanto, os arsenalistas acabaram por relaxar em demasia, e, se o golo de Ivanisenia tem surgido mais cedo, o jogo poderia ter ficado bem mais complicado.
Árbitro
O georgiano Giorgi Kruashvili optou por aplicar um critério disciplinar amplo, o que acabou por beneficiar o Sporting de Braga, que, por vezes, usou e abusou das faltas para controlar o ímpeto do Zorya. Tecnicamente, acabou por não ter decisões de grande dificuldade para tomar, pelo que a exibição foi positiva.