O dirigente, de 34 anos, que chegou a ser munícipe deste concelho limítrofe de Lisboa, tem já obra feita com remodelação parcial do Estádio José Gomes, nomeadamente nos campos de treino, relvado principal e tribuna presidencial.
Contudo, ainda muito há por fazer depois do interregno de 12 anos do futebol profissional na Amadora. Hoje, o triunfo diante do Oriental (2-0), em partida da quarta jornada da série G do Campeonato de Portugal, marcou o regresso profissional ao Estádio José Gomes.
Depois da 'queda' à II Divisão, em 2008/09, que levaria à extinção do histórico fundado em 1932 e a uma passagem pelo 'deserto', os amadorenses reorganizaram-se e criaram um novo clube, com o mesmo espírito, as mesmas cores e a mesma 'magia tricolor' com o intuito de 'escalar montanhas' e chegar novamente ao escalão maior do futebol português.
Este ano, por via da fusão com o Sintra Football, foi criada uma SAD que está a catapultar o Estrela para regressar em força e está determinada a atingir a II Liga já na próxima temporada.
"A ideia surgiu através de um amigo comum, Dinis Delgado, entre aquilo que é o meu dia-a-dia no futebol e ele que era o presidente do Club Sintra Football, com a possibilidade de fusão para poder revitalizar o Estrela e voltar a pô-lo no lugar que era dele por direito. Conseguimos consumar essa ideia", começou por dizer o presidente André Geraldes, à Agência Lusa.
O vermelho, o branco e o verde, bem como a estrela a amarelo, continuam a ser a imagem do Estrela da Amadora. Mas quando se entra no recinto, percebe-se que várias coisas mudaram, para além da tribuna presidencial, que já não se situa por trás da baliza do topo sul (agora é na bancada central, onde antes era a bancada de imprensa).
Os primeiros jogos dão sinais positivos. As três vitórias e um empate colocam o Estrela da Amadora na liderança da série G do Campeonato de Portugal, com 10 pontos, tantos quando o Sporting B, que hoje venceu o Belenenses SAD B, por 4-1.
"O nosso objetivo é conseguir revitalizar o Estrela. Agora, estamos a apenas um degrau das competições profissionais. Vamos lutar por esse objetivo. Quem está no Estrela e representa esta casa sabe que todos os jogos são para ganhar. No final, veremos qual é a nossa posição, porque é um campeonato longo. Se tudo correr bem e se ficássemos numa zona de acesso à II Liga ou à futura III Liga, vamos ter sempre uma outra fase final", adiantou André Geraldes.
Com a experiência acumulada ao serviço do Sporting, onde foi diretor executivo e diretor desportivo, bem como no Farense, como administrador da SAD, aquilo que André Geraldes mais queria era ter já o Estrela da Amadora na próxima temporada na I Liga. Não sendo isso possível, porque há escalões para cumprir, o tempo comandará as aspirações do dirigente.
"Obviamente não podemos dizer assumidamente que vamos subir à II Liga, porque não jogamos sozinhos. Queremos que isso aconteça o mais rapidamente possível. Mas temos de jogar domingo a domingo para tentar fazer com que os nossos objetivos sejam cumpridos. No final, veremos em que posição ficamos. Obviamente que este projeto só faz sentido se for para pensar a curto e médio prazo de voltar a colocar o Estrela da Amadora na I Liga", garantiu.
Para além do plano desportivo, a atual SAD está a trabalhar no sentido de adquirir o Estádio José Gomes, para que o futebol não saia da sua casa, mas as melhorias estão à vista.
"Foi nesse sentido que tentámos chegar a entendimento com o clube e conseguir fazer com que o futebol profissional continuasse aqui, revitalizámos toda a zona do relvado sintético, onde se encontram dois campos novos. Estamos a fazer um forte investimento nas infraestruturas, reabilitámos todas estas áreas de acesso e da tribuna presidencial, para aproximar os 'VIP's' dos adeptos desta época pós-covid-19. Estamos a prepararmo-nos e posicionarmo-nos para poder receber qualquer clube do mundo sem qualquer tipo de vergonha", admitiu.