Jorge Jesus está, oficialmente, de volta ao Benfica para suceder a Bruno Lage, cinco anos depois de ter deixado o futebol português em 'choque' ao trocar a Luz por Alvalade. E, tal como na primeira passagem, o objetivo passa por repor o clube no caminho dos títulos.
As semelhanças entre ambos os períodos terminam, no entanto, por aí. O 'jejum' não tem, de todo, a mesma magnitude - antes era de cinco anos, agora é de um - e até a relação que terá com os mais diretos rivais será mais... profunda.
Isto porque, se quiser voltar a lutar pelo troféu de campeão nacional, o agora antigo treinador do Flamengo terá de ultrapassar duas caras que tão bem conheceu ao longo da carreira: Sérgio Conceição, do FC Porto, e Rúben Amorim, do Sporting.
Quis o destino que Jorge Jesus tivesse dois 'alunos' que orientou enquanto jogadores, e que, agora ao mais alto nível do futebol português, procurarão inverter o tabuleiro... e dar uma 'lição' ao 'professor' já na próxima temporada.
Um dragão 'catapultado' para o sucesso
Estávamos no verão de 1995 quando Sérgio Conceição, um então jovem de 21 anos que, na altura lutava por um lugar na equipa principal do FC Porto, se viu emprestado ao Felgueiras. Ao leme estava Jorge Jesus, que, com 41 anos, orientava apenas a segunda equipa da carreira enquanto treinador.
O agora técnico do FC Porto foi aposta para 'cavalgar' toda a lateral direita, e, pese embora tenha tido um ligeiro desentendimento com o treinador - questionou as debilidades defensivas do esquema e acabou por ser, temporariamente, 'despromovido' aos juniores - acabou por realizar a primeira grande época a nível sénior.
Já em 2012, ambos voltariam a encontrar-se, desta feita em posições distintas. Jorge Jesus estava no banco do Benfica, e Sérgio Conceição no do Olhanense. O favoritismo, claro está, pendia para os encarnados, mas a verdade é que os algarvios conseguiram segurar um empate sem golos.
Esta seria, de resto, a primeira de quatro igualdades no confronto direto entre os treinadores Jorge Jesus e Sérgio Conceição, que vai sorrindo ao primeiro. O novo treinador do Benfica leva sete vitórias (contra quatro), a última das quais em 2018, que permitiu ao Sporting carimbar o apuramento para a final da Taça de Portugal.
Leão foi braço direito, antes do 'divórcio'... e da 'reconciliação'
Já com Rúben Amorim, a história é bem diferente. Em primeiro lugar, porque Jorge Jesus nunca o enfrentou enquanto treinador, e, em segundo, porque a ligação entre ambos acabou por ser bem mais profunda do que aquela que manteve com Sérgio Conceição.
O agora treinador do Sporting foi titular na estreia do 'professor' no banco do Belenenses (onde fez dupla com... Jorge Silas, seu antecessor em Alvalade), que terminou com um triunfo sobre o Vitória FC, por 2-0, em setembro de 2006. Uma aposta que, de resto, se manteve durante o seu 'reinado' no Restelo, que durou até 2008.
Jorge Jesus partiria, então, para o Sporting de Braga, e, no ano seguinte, para o Benfica, onde faria questão de pedir a contratação de Rúben Amorim, que, por sua vez, acabaria por viver o melhor período da carreira na Luz... pelo menos até ao famoso 'desaguisado' de 2011.
O então médio começava a perder espaço nos encarnados, e, já ao serviço da seleção nacional, deixou um desabafo: "É opção do mister Jesus achar que eu não devo jogar no Benfica... Fico feliz por o mister Paulo Bento não pensar dessa forma".
Rúben Amorim foi, então, multado e afastado da equipa, e, em janeiro, emprestado ao Sporting de Braga, onde se manteria até 2013. O assunto foi deixado para trás, e este acabaria por ser aposta recorrente até 2015, quando partiu rumo Al-Wakrah, do Qatar. Agora, os próximos 'episódios' prometem 'aquecer' a temporada 2020/21.
