A mítica corrida de resistência automóvel francesa, as 24 horas de Le Mans, marcada para os dias 13 e 14 de junho foi adiada devido à pandemia de Covid-19. Por isso, para colmatar a ausência de um evento tão desejado por pilotos e fãs do automobilismo, a ACO, a FIA WEC e a Motorsport Games juntaram-se e organizaram as 24 Horas de Le Mans virtuais, que irão decorrer este sábado e domingo, que seria a data original da prova.
A prova será disputada através da plataforma de simulação rFactor 2 e contará com grandes nomes do automobilismo mundial, como Charles Leclerc, Max Verstappen, Fernando Alonso, Jenson Button, Rubens Barrichello ou Juan Pablo Montoya.
Os portugueses António Félix da Costa, Filipe Albuquerque e o e-racer Nuno Pinto também estarão em prova, e foi precisamente Félix da Costa que, em declarações exclusivas ao Desporto ao Minuto, deu o mote para esta corrida que terá transmissão e acompanhamento especial na Eurosport, a partir das 13h30 de sábado.
O atual líder do Mundial de Formula E mostrou-se confiante e enalteceu a organização de um evento desta magnitude. Apesar de ser uma corrida virtual, Félix da Costa garante que tem os olhos postos na vitória final, mas lembra: Numa pista ou num simulador, tudo pode acontecer.
Primeiro de tudo, o que achaste desta iniciativa de organizar as 24 horas de Le Mans virtuais?
Não havendo possibilidade de disputar nesta fase as 24 horas de Le Mans, parece-me um conceito interessante para manter o foco dos fãs na data original desta mítica corrida. Convém relembrar que se trata da corrida mais histórica do automobilismo mundial e deixar passar em branco esta data não faria sentido. Em relação à corrida virtual, se umas 24 horas reais são uma grande maratona, em termos virtuais ainda mais são portanto será um desafio grande para todos os envolvidos.
Tens optado neste período por fazer inúmeras competições virtuais. Como vês a prova das 24h de Le Mans, sendo que exige muito mais do que uma simples corrida de uma ou duas horas?
Sim, acaba por obrigar a uma concentração alta durante muitas horas, portanto vai ser interessante certamente. Para o público é a garantia de que podem acompanhar as 24 horas de Le Mans, ainda que virtuais, mas ainda assim com muitos dos pilotos do real que em condições normais estariam este fim-de-semana a disputar as 24 horas de Le Mans.
A expectativa é ganhar?
A expectativa que tenho enquanto piloto é sempre entrar para ganhar, mas claro que numa corrida destas muita coisa pode acontecer e sobretudo depende de um trabalho de equipa. Estarei no carro com o Rosenqvist, que conheço bem de muitas lutas em pista na vida real, mas também por 2 pilotos de topo do mundo virtual, o Rudy van Buren e o Kevin Siggy, portanto penso que sim, temos condições para lutar pela vitória, mas novamente, há muitos fatores em conta numa prova de 24 horas.
A concorrência é enorme e esta prova, ainda que virtual, vai contar com nomes como Rubens Barrichello, Juan Pablo Montoya, Fernando Alonso, Max Verstappen, Button, entre muitos outros. Isso acaba por te dar um gosto especial tentar um bom resultado nesta corrida?
É sempre bom correr contra pilotos de topo, mas não é um fator de motivação extra. Em qualquer corrida entro sempre com a motivação em alta e quando estou em pista estar a lutar com o piloto x ou y não altera em nada a minha motivação, apenas tenho um conhecimento maior de analise nas batalhas com cada piloto especifico. De qualquer forma estas 24 horas de Le Mans virtuais reúnem excelentes pilotos e para os fãs isso será um motivo de interesse para seguirem com atenção.
As corridas virtuais têm tido muita expressão dado o período que vivemos. Criadas com o intuito de entreter os fãs e de divertir os pilotos, achas que neste momento já se olha para estas provas com muito mais seriedade?
Com mais seriedade sem dúvida, até porque o nível que temos nestas provas é muito alto, no entanto nada substitui as corridas reais e todos nós estamos desejosos de regressar o mais rápido possível às corridas reais. É um desejo não só meu, mas de todos os pilotos reais.