O percurso de Ricardinho está recheado de sucesso, mas o caminho até à glória foi tudo menos fácil. Com apenas 16 anos, o craque português mudou-se do Porto para Lisboa para representar o Benfica e seguir o sonho de ser jogador profissional de futsal.
"Pensa num miúdo de 16 anos, que até então tinha ido cerca de 10 vezes a centros comerciais, em que pouco saía do bairro, ter de deixar o irmão que criou, outro irmão problemático, sair da beira dos pais, de uma família bastante humilde e ir com 16 anos para Lisboa, viver com o Andre Lima e o Arnaldo. Só podia viajar ao final de semana ao Porto, com eles de carro, pois o dinheiro era pouco, e começar a viver numa ilusão", começou por contar Ricardinho, em declarações reproduzidas pelo jornal Record, numa conversa em direto na rede social Instagram com o companheiro de seleção Pedro Cary.
"Era demasiado ligado à minha família e não me ligava tanto ao desporto. Desfocava-me muito do meu objetivo. Perdi muito dinheiro, muitos jogos da seleção, por questões familiares. Andava muito repartido", admite o jogador português.
No entanto, os anos foram passando e Ricardinho percebeu que teria de alterar algumas coisas para se afirmar como um dos melhores no futsal. E assim foi.
"O meu foco era sempre treinar mais do que o outro, ter melhores condições para treinar que os outros, o meu objetivo era estar sempre no cimo da tabela. Com o tempo consegui estar lá. E quando ganhava, festejava um pouco, mas dizia logo, para o ano é que vai ser. Começava logo a pensar, como posso ser melhores. Ser primeiro ou segundo de milhões é muito bom. As pessoas não devem ter medo de querer. E eu quero continuar a ganhar, até ao dia em que continuar a jogar", concluiu aquela que é uma das referências do futsal mundial.