"Pediam vinho para o miúdo, que não bebia, para poderem beber dois copos"
Antigo avançado do FC Porto recorda praxe.

© Global Imagens

Desporto Domingos Paciência
A par de Maniche, Domingos Paciência também marcou presença no programa 'FC Porto em casa' desta terça-feira e o antigo avançado não escondeu a nostalgia dos tempos em que vestiu a camisola azul e branca. Domingos recorda a forma como entrou na equipa do FC Porto e as partidas de que foi alvo por parte dos jogadores mais velhos do plantel portista.
"Lembro-me de uma vez estarmos a almoçar no hotel e os mais velhos chamaram-me para a mesa deles. Não era nada habitual, mas eu era um miúdo e só tinha de obedecer. Sentei-me ao pé deles e quando chegou o empregado pediram um copo de vinho para mim. Disse que não queria, que só bebia coca-cola... Mas eles não ligaram. Sim, sim, bebes vinho. E pronto, lá veio um copo de vinho para mim. Mas quando o empregado trouxe o vinho, ficaram eles logo com o meu copo. No fundo, pediam vinho para o miúdo, que não bebia, para poderem beber dois copos", contou Domingos, visivelmente bem-disposto.
O antigo goleador portista recordou ainda a forma como se foi afirmando no conjunto azul e branco e deixou elogios à mística do clube.
"No meio de tanta experiência, tantos craques, o meu crescimento nem sempre foi fácil. Mas ajudou-me muito tê-los por perto, para perceber quais os valores do clube, aquela mística. Isso foi passando de uns para os outros e a verdade é que o FC Porto tinha a hegemonia do futebol português. O balneário era muito forte, resistente a tudo. A mística também se fortalecia à mesa. Havia sempre almoço de grupo às sextas-feiras. Era cabidela, tripas, leitão… Mas, depois, chegávamos ao domingo e o Bobby Robson ficava chateado se não ganhássemos por quatro ou cinco. Tínhamos de nos superar, tínhamos de ganhar. E a maior parte das vezes isso acontecia", concluiu Domingos Paciência.
Comentários
Regras de conduta dos comentários