O Benfica fez, esta segunda-feira, uso da newsletter News Benfica para reforçar o pedido feito na véspera à Federação Portuguesa de Futebol e à Liga Portugal, a propósito da "nomeação de árbitros estrangeiros", não só para os seus próprios jogos, como também para os do FC Porto até ao final da presente temporada.
O clube da Luz justifica este pedido com a existência de "um clima de coação e ameaça sobre os árbitros portugueses e as suas famílias que está em crescendo", e dá como exemplo "declarações constantes de pressão e insinuações de dirigentes" do rival.
"Aquela imagem de insufláveis gigantes, não só do Benfica, mas sobretudo do árbitro, pendurados no viaduto, diz tudo e expressa bem a hipocrisia de quem depois fala em ofensas a árbitros portugueses", pode ler-se na nota.
O Benfica passa, então, a enumerar os episódios registados "ao longo desta semana, num espetáculo indigno que se repete há vários anos": "Vimos sucessivas declarações de responsáveis do FC Porto a condicionarem e a ameaçarem as equipas de arbitragem e em especial a que fosse ao seu estádio.Vimos diversas Casas do Benfica a serem vandalizadas em diversas localidades apenas porque nessa semana havia um FC Porto-Benfica".
"Vimos adeptos de um clube que pacificamente foram festejar a chegada da sua equipa, serem atacados por uma espécie de gangues ou milícias organizadas que previamente usaram as redes sociais para ameaçarem a integridade física desses mesmos adeptos. Vimos ser lançado, durante a madrugada, fogo de artifício junto do hotel da equipa do Benfica como forma de prejudicar o normal descanso dos jogadores, numa prática tradicional de uma espécie de boas-vindas à sua imaginária 'Sicília'", prossegue.
"Vimos, no dia do jogo, faixas com insultos e ameaças, e num espetáculo dantesco e degradante numa tradicional imagem de estados de narcotráfico, pendurados sob um viaduto como que enforcados, insufláveis gigantes equipados à Benfica e à equipa de arbitragem, numa espécie de mensagem de morte e condicionamento sobre tudo e todos, de quem se sente impune e gozando de um estatuto de intocável", completa.
Tudo isto leva o Benfica a defender que este se trata de um momento "particularmente perigoso": "E é em nome da defesa da integridade dos árbitros e das suas famílias que apelamos a uma reflexão séria da nossa proposta, inclusive prevista nos regulamentos desde 2016.O resto é fingir que nada se passa e fingir que o que se passou é normal".