Um aparatoso acidente ocorrido na sétima etapa da edição de 2020 do Rali Dakar provocou, este domingo, a morte de Paulo Gonçalves, piloto português de 40 anos que participava pela 13.ª vez na competição que, este ano, na Arábia Saudita.
Fernando Alonso, antigo piloto de Formula 1 e agora ao comando de um Toyota Hilux na prova de todo-o-terreno, falou à imprensa após o final da etapa, e admitiu ter ficado chocado com o falecimento do atleta.
"É um dia muito negativo pela morte do Paulo, que te retira qualquer comentário que possas fazer sobre a etapa, que foi estupenda graças ao Marc [Coma]", começou por dizer, em declarações reproduzidas pelo jornal espanhol Marca.
"Ficas gelado, porque havia rumores ao chegar à meta. Um comissário disse-nos algo, mas quando confirmam ficas gelado, porque vês helicópteros e carros médicos em todas as etapas, devido a abandonos ou acidentes, mas nunca pensas no pior", acrescentou.
Fernando Alonso reconheceu, ainda, que será "muito difícil virar a página" após o trágico acidente: "Partilhas a etapa, os briefings, as verificações... Custa a acreditar e deixa-te com pouca vontade de falar, porque a vida está acima de tudo".
"Em cada teste que fazes corres riscos. Esta modalidade é arriscada, sais ao desconhecido, cada quilómetro é novo, por sítios inóspitos. Qualquer coisa que aconteça, não há um comissário a cada dez metros, ninguém para apagar um incêndio. Não há um médico, ainda que cheguem rápido, e tens consciência desse perigo, claro, mas neste desporto o perigo nunca está 100% controlado", completou.