Não foram só os jogadores do Boca Juniors que ficaram combalidos depois do ataque dos adeptos do River Plate. Segundo conta agora, o motorista do autocarro, Darío Rubén, chegou a perder os sentidos e só recuperou após o auxílio do vice-presidente Horacio Paolini. Ainda traumatizado pelos acontecimentos lamentáveis que viriam a motivar o adiamento da segunda mão da final da Taça Libertadores, o condutor lembrou o sucedido.
"Não colocaram as barreiras de sempre para este tipo de jogos. Só havia umas muito pequeninas, que não eram as habituais. Da nossa parte fizemos o percurso de sempre... Foi uma sensação feia, que nunca pensei que iria viver. Isto é um jogo de futebol, não uma guerra! E ontem parecia que íamos para a guerra. Nunca tinha passado em frente de tanta gente. Quando saí do túnel da Libertador, fiz 150 metros e dei conta. Ao perceber isso, dei sinal a uma das motos para acelerar, pois ia complicar-se. Não podia fazer outra coisa, tinha de acelerar", começou recordar, em declarações à ESPN, não escondendo as marcas do ataque.
"Partiram-me as duas janelas, rebentaram os vidros e procurei tapar a cara. Para além disso, acertaram-me com uma garrafa de cerveja. Entrou gás lacrimogéneo e isso afetou-me. O Paolini teve de agarrar o volante, porque perdi momentaneamente os sentidos. Depois disso, pensei 'seja o que Deus quiser'. Acelerei e voltei a encontrar uma data de gente do River. Quando ouvia os miúdos a gritar no autocarro ainda fiquei mais desesperado. Deus mandou-me um anjo, o Paolini, que me agarrou o volante. Porque se ninguém o agarrasse não sei o que teria acontecido", frisou.
Ainda bastante afetado pelo momento que, garante, não mais irá esquecer, Darío Rubén considera lamentável tais episódios e considera mesmo que as consequências poderiam ter sido muito mais graves. "Poderia ter havido uma tragédia. Só me recordo de ter visto as pedras e não me lembro de mais nada. Parecia que tinha um exército à minha espera", concluiu.