Ao terceiro teste deste estágio de preparação, Portugal cedeu o empate (0-0) diante do País de Gales, mas, à semelhança do que já tinha acontecido perante os Estados Unidos e diante desta mesma formação galesa, voltou a dar muito bons sinais e a provar que atualmente tem capacidade para se bater com qualquer seleção.  No estádio José Martins Vieira, na Cova da Piedade, em Almada, as Guerreiras dominaram por completo, apresentaram bom futebol e criaram várias oportunidades de golo que só não foram materializadas por mera falta de eficácia. 

Francisco Neto surpreendeu, motivou algumas alterações no onze em relação ao encontro de Rio Maior, nomeadamente com a inclusão de Diana Gomes no eixo da defesa e Ana Leite como lateral-direita, e a equipa das quinas entrou bem melhor. Sempre pressionante, com mais bola e muito mais iniciativa de jogo, a Seleção Nacional 'alugou' o meio-campo galês e encostou as adversárias às 'cordas'.

O primeiro sinal de perigo surgiu no encerramento do primeiro quarto de hora, num remate por cima de Andreia Norton. Curiosamente, seria a camisola 6 a beneficiar da primeira grande ocasião de golo. No minuto seguinte, Dolores Silva recuperou a bola, serviu Carolina Mendes, que, depois de deixar duas adversárias para trás, isolou a companheira, que só não inaugurou o marcador porque uma defesa galesa retirou a bola em cima da linha.

Sem conseguir reagir, o País de Gales foi tentando resistir à superioridade lusa e à passagem da meia hora, Dolores Silva obrigou a guarda-redes Laura O'Sullivan à defesa da tarde. Após uma jogada estonteante de Jéssica Silva pelo lado direito, a bola sobrou para a médio do Atl. Madrid, que, de primeira, testou os (tremendos) reflexos da guardiã contrária.

Para a segunda parte, o selecionador lançou Diana Silva e Carole Costa nos lugares de Carolina Mendes e Diana Gomes, respetivamente, e o domínio manteve-se. Aos 55', Jéssica Silva voltou a ganhar em velocidade, 'partiu' os rins à adversária e, com um remate em arco, quase fez um daqueles golos de 'levantar' um estádio. Pouco depois, a jogadora do Levante voltou a causar o pânico na defesa do País de Gales e sofreu uma grande penalidade, mas a árbitra da partida, a húngara Gyöngyi Krisztina Gáal, nada assinalou.

Sem com sentido único, Portugal ia somando oportunidades, mas a finalização acabava por ser o principal 'pecado'. Depois de mais uma falta sofrida por Jéssica Silva em zona lateral, Andreia Norton, na cobrança de um livre direto, ainda fez o público gritar golo, mas a bola, teimosamente, bateu na trave.

Até ao final, a recém entrada Telma Encarnação ainda permitiu nova intervenção à guarda-redes do País de Gales, mas o resultado não se alterou. Portugal leva uma vitória, um empate e uma derrota deste estágio, mas, sobretudo, bons indicativos para o que aí vem.