A saída de Leonardo Jardim do comando técnico do Monaco poderá estar por horas. O treinador português parece ter perdido a margem de manobra no Principado e a imprensa francesa até já aponta alguns nomes à sua sucessão. Embora ainda não haja confirmação oficial, a verdade é que o madeirense está a viver uma autêntica época de terror sem precedentes no emblema monegasco.
Ao fim de 12 jogos oficiais, o balanço é extremamente negativo. Os números são claros e revelam que, independentemente a maior ou menor qualidade do plantel, esta é a pior temporada de Jardim desde que chegou a terras gaulesas, em 2014.
Além da presença em zona de despromoção no campeonato (18.º lugar) e das duas derrotas nos dois jogos da fase de grupos da Liga dos Campeões, o Monaco já bateu vários recordes negativos, desde logo a maior seca de triunfos com técnico luso no comando. Atualmente, Rony Lopes e companhia não conhecem o sabor da vitória há 10 encontros em todas as provas (dois empates e oito derrotas) e somam ainda o maior número de golos sofridos (22) e o menor de golos marcados (10).
Além disso, desde que Leonardo Jardim assumiu a liderança dos destinos do clube, há quatro épocas, nunca o Monaco esteve quatro jogos consecutivos a perder. Por sinal, os últimos quatro embates resultaram exatamente em desaires - Angers (0-1), Saint-Étienne (2-0), Borussia Dortmund (3-0) - para a Liga dos Campeões - e Rennes (1-2).
Saídas de jogadores fundamentais
Esta queda abrupta de rendimento da equipa até pode ser facilmente explicada com as muitas mexidas que o plantel sofreu durante o verão. Jogadores como Kylian Mbappé, João Moutinho, Fabinho ou Lemar, que nas últimas épocas formavam a espinha dorsal da equipa, disseram adeus ao Principado e deixaram um legado difícil de colmatar.
É verdade que foi feito um forte investimento em nomes como Golovin (30M€), Benjamin Henrichs (20M€), Willem Geubbels (20M€), Nacer Chadli (12M€) ou até mesmo no português Pelé (10M€), mas o 'peso' dos valores acabou por não se refletir em campo.
Resta saber se as últimas prestações mais conseguidas, nomeadamente na conquista do título francês, em 2016/17, e na chegada às meias-finais da Liga dos Campeões, na mesma época, conferem crédito suficiente a Leonardo Jardim, na tentativa de inverter esta situação (muito) delicada.