Os adeptos do antigo Estrela da Amadora têm mais razões para sorrir. Depois da extinção, em 2011, foi criado o Clube Desportivo Estrela e, sete anos depois, o sonho de voltar a competir na I Liga ganha mais força.

No passado dia 21 de agosto, o emblema da Amadora informou que o futebol sénior vai regressar ao famoso e mítico Estádio José Gomes, na Reboleira. O Desporto ao Minuto quis saber mais sobre este projeto e chegou à fala com o novo timoneiro do Clube Desportivo Estrela. Ricardo Monsanto, aos 39 anos, tem um dos maiores desafios da carreira e revelou-nos qual foi o seu primeiro pensamento quando foi convidado para o cargo.

“Encarei como uma missão. Encarei que o mais importante era construir um plantel para o Estrela, uma estrutura para que o Estrela cresça e volte um dia a ser aquilo que já foi. Isso é mais importante do que pensar em subidas de divisão ou noutro objetivo. O primeiro objetivo, como costumo dizer, é aquele que já está a ser concretizado: ter uma equipa sénior. A partir daqui é passo a passo. Senti que havia suporte e pernas para andar devido a um investimento de um centro de formação norte-americano, sediado em Boston, que é o Valeo FC. Acredito que esta parceria Valeo-Estrela vai permitir que o Estrela durante muitos e bons anos, sem dizer que em cinco anos vamos estar na I Liga, porque se dissesse estava a mentir, volte a ter a grandeza que já teve”, começou por dizer, em exclusivo ao Desporto ao Minuto.

Ricardo Monsanto explicou-nos que o plantel vai receber cinco jogadores da academia do Valeo FC  e que no processo de captações o Estrela permitiu aos juniores, que iriam subir de escalão, participarem. A somar a isto, o técnico garantiu que qualquer jogador federado pôde ir ao Estrela mostrar o seu valor.

Neste momento, o clube está na 2.ª fase das captações, sendo que apenas recebe jogadores muito bem referenciados pelos elementos da equipa técnica. Foram mais de 200 jogadores avaliados pelo treinador, que não escondeu as dificuldades dos primeiros dias de trabalho.

“Gerir e ter, por exemplo, 120 jogadores em campo. Dividi-los em 11 ou 12 equipas. Eventualmente, percebemos que cometemos algumas injustiças, mas conscientes de que o futebol é isto mesmo. É aqueles que durante aquele espaço conseguiram o passaporte para a 2.ª fase. No entanto, não quer isso dizer que façam parte do plantel final do Clube Desportivo Estrela”, relatou Monsanto.

Quando questionado sobre os objetivos concretos para esta e para a próxima temporada, o técnico do Clube Desportivo Estrela foi perentório: Duas subidas de divisão é o desejo.

“O primeiro objetivo foi conseguir construir uma equipa sénior, que só conseguimos graças à parceria com o Valeo. O segundo objetivo, a partir do momento em que estivermos o plantel constituído, será jogo a jogo conseguirmos ganhar todos os jogos. Obviamente, se o conseguirmos fazer, estará inerente um terceiro objetivo: a subida de divisão. Nós gostaríamos de conseguir duas subidas de divisão. Não vamos estar a dizer que vamos subir todas as divisões até chegar à I Liga, porque não é, nem de perto nem de longe, o nosso projeto, mas gostávamos de subir duas divisões para no Pro-Nacional (da AF Lisboa) avaliarmos onde é que poderíamos chegar e que investimento é que poderia ser feito para irmos mais longe”, afiançou ainda, antes de falar do “orgulho” em ser tricolor.

“Já estive em clubes do CNS, já estive na II Liga da Irlanda, mas em termos de nome, eu acho que o Estrela tem um nome enorme. Posso dizer, com orgulho, que garanti que ainda hoje existissem séniores no Fátima. Mas num clube como o Estrela, vencedor da Taça de Portugal, onde passaram pessoas de grande nome, para mim é um enorme orgulho vestir a camisola tricolor. Ainda agora comecei a trabalhar e já me sinto tricolor”, concluiu.

O primeiro jogo do Clube Desportivo Estrela será no dia 30 de setembro. Quanto ao adversário, o sorteio da 2.ª divisão da AF Lisboa só será realizado esta quinta-feira.