No programa ‘Quinta da Bola’, transmitido no canal A Bola, o convidado de ontem foi Luís Duque, administrador da SAD do Sporting, que se confessou arrependido “de ter tomado posse” porque, justificou, fez “um diagnóstico errado”: “Fui bandeira de campanha eleitoral e à terceira jornada de 2011/2012 era dispensável. Não foram tempos fáceis”.
“Foram tempos sofridos, foram tempos duros. E por vezes questiono-me ‘como é que me meti neste número’”, reiterou Luís Duque que fez no programa inéditas revelações sobre os antigos dirigentes dos ‘leões’’, nomeadamente o presidente Godinho Lopes.
“Godinho Lopes ouviu várias pessoas [entre as quais] quem não devia ter ouvido, dentro e fora da direcção e até nos adversários. Foi muito influenciado. Os investidores, e alguns dos seus filhos, aconselharam o presidente muito mais vezes do que eu próprio”, denuncia o ex-administrador dos ‘leões’, acrescentando que “depois houve uma série de situações que não correram bem, houve um excesso de entusiasmo”.
Além disso, salientou, o técnico “Domingos [Paciência] saiu com muita pena minha, mas, quando chegámos da Madeira, percebi movimentações estranhas, que no Sporting navegam bastante, bem como, os interesses obscuros. Estes condicionam muito quem dirige. Percebi naquela altura que o Domingos tinha os dias contados”.
“Arrependo-me de não ter feito mais para impedir a saída de Domingos. Perdemos um belíssimo treinador. Foi, além de um injustiça, o princípio do fim do projecto idealizado, que passava por sermos campeões num espaço de três anos. De quem foi a responsabilidade? Quem o despediu foi a SAD. Foi lamentável, assim com foi a saída de Sá Pinto uns meses depois”, confessou Luís Duque.
Sobre a actual situação do Sporting, o antigo administrador da SAD de Alvalade afirmou não estar surpreendido com “o trabalho que [Bruno de Carvalho] está a fazer por força dos constrangimentos financeiros”, frisando que “está a fazer o que tem de ser feito” e que “foi importante a equipa de futebol ter começado bem”.
Já em relação ao técnico Leonardo Jardim, Luís Duque disse que “sempre” gosto do trabalho do treinador, assumindo mesmo que na anterior direcção chegara a pensar no seu nome “mas, de acordo com alguns investidores, que também queriam ter uma palavra a dizer, não tinha o perfil desejado” para o Sporting.