Paula Silva, em entrevista à agência Lusa, por ocasião do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que hoje se assinala, disse que "há dificuldades em fazer chegar o que há de bom e interessante" na área do património, pois a comunicação social apresenta, mais facilmente, os casos menos positivos.
A responsável quer também mostrar o país além de Lisboa, pois considera que o que acontece fora da capital, "por uma ou por outra razão qualquer, é mais esquecido".
"Uma das fragilidades que detetámos é a nossa dificuldade em comunicar e fazer chegar [a mensagem] em dois aspetos, um lado positivo do património arquitetónico, artístico e arqueológico, e aquilo que se faz de interessante e não passa; o que passa normalmente são os maus exemplos, os edifícios que estão a cair e coisas desse género", afirmou, sublinhando "que é preciso fazer passar aquilo que se faz de bom e interessante, e que é muito".
Em termos de comunicação, e no âmbito dos objetivos do Governo, a DGPC "está a começar a trabalhar com a RTP", adiantou Paula Silva, acrescentando: "O objetivo é fazermos alguns programas culturais".
Outra intenção de Paula Silva é "comunicar melhor o que se passa nos serviços dependentes, ou seja, o que se passa nos museus, palácios e monumentos que estão debaixo da tutela da DGPC".
"Estamos também a trabalhar numa melhor comunicação, não só em termos externos, como dentro da instituição", declarou.
Paula Silva realçou o empenho da DGPC na publicação de revistas especializadas, nomeadamente manter a edição da Monumentos, tendo publicado já três números, um deles dedicado ao património português na Europa, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, e sairá outro em novembro sobre os 300 anos da construção do palácio-convento de Mafra, e sairá também a revista Património, mantêm-se as duas revistas sobre arqueologia e está a preparar uma publicação sobre museus.
"Comunicar boas práticas passa também por estas edições da DGPC", frisou.
Melhorar o atendimento aos públicos é visto pela diretora-geral como "uma obrigação", dado o aumento de visitantes, nomeadamente estrangeiros.
Paula Silva reconheceu que uma outra das dificuldades com que se depara é falta de pessoal, e o envelhecimento dos quadros da DGPC.
"Há pouco pessoal, e grande parte está envelhecido, a exigência de trabalho é muito maior dada a dinâmica de públicos", disse Paula Silva, que referiu algum constrangimento entre a necessidade de funcionários e as restrições de entrada de pessoas para a função pública.
Face ao aumento de públicos, a responsável disse que há necessidade de se reforçarem alguns setores, e pondera a possibilidade de introduzir bilheteiras automáticas, com a passagem de funcionários para outras áreas, "nomeadamente a vigilância de salas".
"Uma situação que é mais grave, e tem de ser resolvida é a questão do envelhecimento, e há necessidade de entrarem quadros novos e para que haja transmissão de conhecimentos", disse.
A diretora-geral disse que "têm entrado pessoas pela mobilidade", isto é, a passagem de pessoal entre ministérios, e adiantou que "há concursos a decorrer, nomeadamente para a arqueologia, mas são sempre limitados, porque não há possibilidade de aumentar os quadros da função pública".