Obra premiada pela Fundação Inês de Castro retrata perda do mundo rural

O poeta Rui Lage disse hoje, em Coimbra, que a sua obra "Estrada Nacional", vencedora do prémio literário da Fundação Inês de Castro, retrata a perda de importância do mundo rural.

Philip Roth

© Getty Images

Lusa
09/04/2017 15:56 ‧ 09/04/2017 por Lusa

Cultura

Rui Lage

Na entrega do prémio, numa cerimónia presidida pelo ministro da Cultura, Rui Lage considerou que a tensão entre a partida e o regresso "é uma das forças mais decisivas e poderosas a atuar nas sociedades, é a velha luta entre o impulso de conservar e preservar e o impulso de partir e avançar".

"O meu livro alimenta-se muito da ideia de que o regresso é impossível" a um "mundo [rural] que depois do 25 de abril se tornou noutra coisa qualquer, se metamorfoseou e se tornou até certo ponto irreconhecível", frisou.

E essa transformação, acrescentou, deveu-se à chegada do estado social e dos serviços públicos ao interior do país, à quebra do ciclo de incomunicabilidade, do isolamento em que vivam as comunidades rurais, ao 'maná' dos fundos comunitários, à crescente automatização e especialização da agricultura, à extinção da cultura transmitida oralmente e a novos fenómenos como o turismo rural ou o ecoturismo.

Nascido no Porto, em 1975, Rui Lage é autor de sete livros de poesia publicados entre 2002 e 2016, sendo também autor de ensaios, crítica literária, ficção infantojuvenil, artigos académicos e de opinião, estando representado em diversas publicações e antologias.

Doutorado em Literaturas e Culturas Românicas, com especialidade em Literatura Portuguesa, Rui Lage trabalha atualmente no Parlamento Europeu. O seu último livro é um ensaio sobre a obra poética de Manuel António Pina, publicado em 2017 pela Imprensa da Universidade de Coimbra.

A escritora Maria Velho da Costa foi igualmente distinguida, mas com o prémio de carreira "Tributo de Consagração Fundação Inês de Castro", mas, por motivos de saúde, não esteve presente na cerimónia, sendo substituída por Isabel Pires de Lima, antiga ministra da Cultura.

Ficcionista, ensaísta e dramaturga, Maria Velho da Costa conta já com diversos prémios, entre os quais o Prémio Camões 2002.

Ao longo dos anos, o prémio literário da Fundação Inês de Castro tem distinguido autores e obras de "reconhecido valor", tais como Pedro Tamen (2007), José Tolentino Mendonça (2009), Gonçalo M. Tavares (2011) ou Mário de Carvalho (2013).

A entrega do prémio literário inclui um troféu de prata e pedra, da autoria do escultor João Cutileiro, que simboliza o drama e mistério que envolvem o episódio de Pedro e Inês.

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