"Chuva Oblíqua" de Miguel Amaral reúne composições inéditas

O álbum “Chuva Oblíqua”, constituído por peças inéditas para guitarra portuguesa de compositores como Mário Laginha e Igor Silva, é a estreia discográfica do músico Miguel Amaral, de 30 anos.

'Acordem as guitarras' a partir de hoje no Museu do Fado

© Reuters

Lusa
27/05/2013 17:00 ‧ 27/05/2013 por Lusa

Cultura

Música

Em declarações à Lusa, o músico do Porto salientou o desafio que fez a vários compositores para escreverem para a guitarra portuguesa, na afinação de Lisboa – Si, Lá, Mi, Si, Lá Ré -, “sendo que alguns nem conheciam o instrumento”, como foi o caso do grego Dimitris Andrikopoulos, que compôs “Clamor” para guitarra portuguesa e eletrónica.

A peça do compositor grego, de pouco mais de 12 minutos, foi composta sobre um poema de Federico García Lorca.

A poesia faz a ligação entre as diferentes peças do CD, havendo outras inspiradas na poesia, como “Dois quadros sobre poemas de Fernando Pessoa”, de Miguel Amaral, constituído em dois andamentos, “Chuva Oblíqua” que titula o álbum e que dedica ao músico Ricardo Rocha, e “Plenilúnio”, à memória do compositor japonês Toru Talemitsu.

“Chuva Oblíqua” foi a primeira peça que Miguel Amaral compôs, cuja criação Ricardo Rocha “acompanhou de muito perto”.

Tendo sido a primeira, “fazia todo o sentido, quando compus ‘Plenilúnio’, juntá-las, pois ambas são inspiradas em poemas”, disse.

“A praia”, composição de Amaral que abre o CD, é também sobre um poema, desta feita de autoria de Sophia de Mello Breyner Andresen.

Miguel Amaral disse à Lusa que um dos objetivos do álbum “é que as pessoas fora do fado pudessem interessar-se mais pela guitarra portuguesa e olhassem o instrumento enquanto solista", enquanto, "por outro lado, as pessoas do fado compreendessem que a guitarra não tem de estar ‘amarrada’ ao fado”.

“Gostava que este álbum provocasse algum abalo ao público da música erudita que compreendesse as potencialidades da guitarra portuguesa que não vive apenas do fado”, afirmou.

Licenciado em Direito, Miguel Amaral estuda guitarra portuguesa desde os seis anos e, "a meio do curso universitário, a música tornou-se a opção clara e inabalável” como carreira.

“Ainda não me tinha aparecido nada pela qual me tivesse apaixonado e a meio do curso, que acabei, o meu tempo começou, por mim próprio, inconscientemente, a ser todo tomado pela música, e não fazia sentido investir noutra área”, disse.

Miguel Amaral prefere ser compositor a instrumentista, mas vaticina que nunca vai ter de optar por uma das carreiras, e considera que “as duas facetas completam-se”.

O álbum, editado pela ONC, é constituído por 12 composições para guitarra portuguesa, quatro delas assinadas por Miguel Amaral, e as restantes por Mário Laginha (“Sonata” em quatro andamentos), Igor C. Silva (“Monólogo V – ‘Meia dúzia de brincadeiras’”), Daniel Moreira (“O Labirinto”) e pelo grego Andrikopoulos.

Miguel Amaral estudou piano com Madalena Leite de Castro e guitarra portuguesa com Samuel Cabral e José Fontes Rocha.

Profissionalmente, começou a carreira em 2005 e, como solista, tem estudado com Pedro Caldeira Cabral e Ricardo Rocha, além de se dedicar à composição. Estuda Análise, Harmonia e Contraponto com Daniel Moreira e Composição com Dimitris Andrikopoulos.

Como solista já tocou na Casa da Música e no Teatro Nacional S. João, no Porto, e na Fundação Calouste Gulbenkian,

 

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