Rodrigo Francisco, do Cine Clube de Viseu, disse esta segunda-feira à agência Lusa que, em Portugal, “é difícil ter acesso ao cinema brasileiro”, o que acontece também com a cinematografia de outros países.
“O que caracteriza o Cine Clube é contrariar essas dificuldades que existem em chegar ao cinema de certos países. Por isso é que apresentamos este ciclo como um dos pontos altos da nossa actividade para este ano”, justificou.
O responsável do Cine Clube de Viseu está optimista relativamente ao público que vai aparecer para ver os filmes, que serão exibidos todas as terças-feiras deste mês, porque “esta especificidade dos ciclos atrai as pessoas, que têm oportunidade de ter, num conjunto de sessões concentradas, uma perspectiva mais completa de uma coisa que é bastante desconhecida”.
Para este ciclo de ‘Novíssimo Cinema Brasileiro’ foram escolhidos “alguns dos autores mais emergentes do cinema brasileiro actual” e “filmes que espelhem minimamente a riqueza e diversidade que existe actualmente”.
Na primeira terça-feira será exibido o filme ‘Além da estrada’, de Charly Braun (2011), uma co-produção brasileira e uruguaia que se passa durante uma viagem por “paisagens longínquas e inóspitas do Uruguai”, explicou.
No dia 21, será apresentado o documentário ‘Belair’, de Bruno Safadi e Noa Bressane (2009), que recupera a história da produtora brasileira Belair Filmes, fundada em 1970.
Segundo Rodrigo Francisco, a Belair Filmes, “em pleno regime militar do Brasil, conseguiu produzir várias longas-metragens que dinamitavam o convencionalismo, a ditadura militar que amordaçava o Brasil”.
O ciclo termina no dia 28, com ‘Sudoeste’, de Eduardo Nunes (2012), e que é considerado “um dos mais belos filmes do cinema brasileiro contemporâneo”.
“É a primeira vez que esta cópia é exibida em Portugal. É um filme poético, que se passa no sertão”, acrescentou.