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Nuno Aroso regressará aos concertos com obra para um punho partido

O percussionista Nuno Aroso estreia, em novembro, na Argentina, uma obra coletiva, inédita, 'Cadavre Exquis for a broken wrist', cinco meses depois de ter cancelado todos os concertos na sequência de um acidente em que fraturou um pulso.

Nuno Aroso regressará aos concertos com obra para um punho partido
Notícias ao Minuto

20:30 - 12/08/16 por Lusa

Cultura Música

A obra, com o título, em tradução livre, "'Cadáver esquisito' para um pulso partido", será estreada a 12 de novembro, num concerto a solo que o percussionista dará no Ciclo de Música Contemporânea de Buenos Aires, acrescentou o músico, em declarações à agência Lusa.

Aroso, que se encontra na ilha de Jeju, na Coreia do Sul, para participar no júri de um festival de música de sopros e percussão, com competição associada, mostrará aí parte dessa obra de multipercussão, escrita para uma mão e pés, esclareceu hoje à Lusa.

Depois de, em junho, ter fraturado um pulso, na sequência de um acidente automóvel, que o obrigou a cancelar toda a agenda -- o músico só voltará a tocar em pleno em outubro e só regressará aos concertos um mês depois -, Nuno Aroso apenas mostrará e falará desta parte da peça, na Coreia do Sul, facto resultante da "incapacidade momentânea" que o obrigou a parar de tocar.

Na sequência do acidente, surgiu uma ideia, "um revivalismo" do que fizera, no passado, o compositor Maurice Ravel - contou Aroso à Lusa -, com o famoso "Concerto para mão esquerda", composto para o pianista Paul Wittgenstein, ou seja, uma obra criada para um músico "que não usasse a mão esquerda e tivesse um múltiplo instrumento de percussão".

Surgiu assim a ideia de uma criação coletiva, composta como um "Cadavre Exquis", técnica de criação usada na literatura e na pintura pelos surrealistas do século XX.

A obra seria então escrita por um grupo de 12 pessoas, contribuindo cada compositor com uma parte, indicou Nuno Aroso.

Entre os compositores de "Cadavre Exquis for a broken wrist" encontram-se, segundo Nuno Aroso, nomes consagrados e jovens criadores da música contemporânea de vários países, incluindo portugueses. São eles: João Pedro Oliveira, Luís Antunes Pena, Francesco Filidei, Jaime Reis, Oscar Bianchi, Sara Carvalho, Arturo Fuentes, Matthew Burtner, Ricardo Ribeiro, Pedro Junqueira Maia, Ângela Lopes e Panayotis Kokoras.

Convidado há um ano para o festival na Coreia do Sul, que começou na passada segunda-feira e termina no dia 16, o percussionista irá, informalmente, falar e tocar partes desta composição inédita, ainda inacabada, aos participantes do concurso e aos alunos, disse o músico à Lusa.

"Será, como dizem no teatro, 'roubando' [a expressão] aos ingleses, um 'tryout'", acrescentou.

Licenciado pela Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo (ESMAE) do Porto, com classificação máxima, Nuno Aroso estudou depois em Estrasburgo e Paris. É doutorado pela Universidade Católica Portuguesa e leciona na Universidade do Minho.

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