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Viagem Medieval da Feira celebra 20 anos com "mais fantasia"

O espetáculo que irá encerrar cada dia da Viagem Medieval da Feira foi concebido por uma empresa e duas coletividades locais, numa parceria que resulta num "formato diferente, com mais fantasia", para celebrar as 20 edições do evento.

Viagem Medieval da Feira celebra 20 anos com "mais fantasia"
Notícias ao Minuto

10:18 - 26/07/16 por Lusa

Cultura Espetáculo

Aquela que é a maior recriação histórica da Europa arranca na quarta-feira e até dia 7 de agosto fará 12 apresentações noturnas de "O Legado", que estará em cena no Terreiro das Guimbras, nas margens do rio Cáster, e contará com mais de 100 atores e figurantes para uma comemoração marcada por música, dança, números equestres, manipulação de fogo, robótica luminosa, adereços com luz LED e projeções de vídeo.

"Este espetáculo é o que representa o maior investimento da organização em técnica", revela à Lusa o diretor do espetáculo, Paulo Santos.

"Quisemos fazer uma retrospetiva da época medieval e optámos por um formato diferente, marcado não tanto pelo rigor histórico, mas por mais fantasia, para assinalar tudo o que a Viagem significou para tanta gente nestas 20 edições", realça.

O percurso pessoal do encenador constitui, aliás, um exemplo da evolução registada no próprio evento, considerando que esse responsável começou por aí trabalhar como voluntário, em representação do Clube de Snowboard de Mozelos, e, após anos de experiência nas produções da Viagem, apostou na profissionalização ao fundar a empresa cultural Décadas de Sonho - que descreve como "a que neste momento faz os maiores espetáculos de recriação histórica da Península Ibérica".

Fausto Sá, por sua vez, é biogeólogo, está a tirar o Mestrado em Ecologia e não vive do seu desempenho ao serviço do grupo de bombos e artes circenses do CiRAC - Círculo de Recreio Arte e Cultura, mas reconhece que trabalho como esse que desenvolve em "O Legado" é parte integrante da sua vida.

"Nestes espetáculos grandes o mais difícil é sempre conciliar os horários de toda a gente para os ensaios, mas, quando se tem gosto pelo que se faz, tudo se consegue", defende. "Quando se está cansado de estar sempre no mesmo ambiente, fechado num laboratório, até sabe bem vir para cá, para este mundo, porque ajuda a desopilar e ainda dá direito ao aplauso do público - que é sempre a melhor coisinha nesta experiência", admite.

A terceira estrutura envolvida na produção de "O Legado" é o grupo de malabarismo do Fórum Ambiente e Cidadania, que, segundo a sua responsável, vem há 16 anos participando no evento e soube acompanhar-lhe a evolução. "A Viagem Medieval acaba por ser sempre o ponto alto de todo o trabalho que desenvolvemos ao longo do ano. Foi crescendo de edição para edição e nós fomos aprendendo com ela também", afirma Andreia Casimiro.

Com 'backgrounds' diferentes, as três entidades nem sempre estiveram de acordo quanto aos conteúdos do espetáculo, mas souberam gerir argumentos e hoje são unânimes no apreço pela "mútua partilha de conhecimentos" que a parceria proporcionou - e também não estarão totalmente em desacordo quanto ao que esperar do evento nas suas 20 edições futuras.

"Tenho algum receio quanto à perda do rigor histórico, porque a Viagem atingiu uma dimensão tal que, para corresponder ao gosto de todos os visitantes, terá que ceder um bocadinho aí", avalia Andreia Casimiro.

Fausto Sá admite que isso seja possível, mas não ficará incomodado se o evento permanecer nos seus moldes atuais, porque considera que ele "já atingiu o auge e, agora, qualquer evolução vai ser sempre mais lenta, menos evidente".

Já o profissional que dirige "O Legado" tem expectativas mais ambiciosas para o evento e assume-as convicto: "Daqui a outras 20 edições, a Viagem Medieval é um parque temático e temos quatro meses seguidos disto. Vai ser o máximo!".

Mesmo que esse cenário não se concretize, Paulo Santos garante que não ficará desiludido, considerando a dádiva que o evento continuará a representar para diferentes gerações de participantes. "Noutras terras os jovens aprendem a jogar futebol, vólei e ténis; na Feira, nós crescemos a aprender futebol, vólei e ténis, e ainda sabemos cuspir fogo, equilibrar malabares, fazer teatro de rua. Não é preciso mais para perceber que só temos por que agradecer à Viagem", conclui.

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