Camilo era um ator disciplinado, com um enorme respeito pelo público

O ator Camilo de Oliveira, que morreu no sábado aos 91 anos, era "uma pessoa muito disciplinada, com um enorme respeito pelo público", disse à agência Lusa a atriz e sua ex-mulher Io Appolloni.

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Lusa
03/07/2016 17:35 ‧ 03/07/2016 por Lusa

Cultura

Io Appolloni

A atriz conheceu Camilo de Oliveira em 1965, quando fez parte do elenco da revista "Sopa no mel", no Teatro Maria Vitória, no Parque Mayer em Lisboa.

Io Appolloni recordou que, nessa revista, num número que fazia com Camilo de Oliveira, 'o guarda de Alfândega', "a plateia vinha abaixo todas as noites, pelo hilariante que era, pois ele aproveitava todos os momentos que pudesse [para] sacar uma graça".

"Eu aprendi muito com o Camilo", disse Io Appolloni, que esteve casada com o ator durante sete anos e do qual tem um filho, Camilo.

"Tivemos uma vida turbulenta, mas ficou sempre uma enorme amizade", realçou.

Camilo de Oliveira "viveu para o teatro, nasceu num teatro, e dedicou-se por inteiro, com grande profissionalismo, ao teatro, sempre com alta qualidade, porque ele era um profissional muito a sério, não permitia aos colegas que brincassem com o público, porque é com o público que temos aquela troca energética", disse.

Emocionada, a atriz citou uma carta que, a 15 de março de 2015, enviou ao ex-marido, que estava internado, no sentido "de lhe dar uma alegria", na qual afirmou: "Obrigado Camilo pelo prazer que nos deste, pelas gargalhadas que nos provocaste, pelo deslumbramento que provocou as tuas composições [de personagens], memorável o [general] Ramalho Eanes, só para citar um exemplo".

Na mesma missiva afirmou: "Nunca te esqueceste que o teu alvo era o público, nunca te preocupaste em agradar aos críticos e tinhas razão, o público é mais importante que os críticos, os críticos deram o braço a torcer com [a tua composição] Tótó, afora divinizada".

"És amado, respeitado, o teu público nunca te virou as costas, porque tu nunca o defraudaste. Amor com amor se paga, pois então", terminava a carta.

Camilo de Oliveira, de 91 anos, morreu no sábado à noite em Lisboa. Ao longo de uma carreira de mais de 70 anos, participou em comédias, musicais e teatro de revista, e várias sérias televisivas.

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