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Violoncelos Galrão abrem no próximo sábado ciclo 'Um Músico um Mecenas'

Os violoncelos de Joaquim José Galrão abrem, no próximo sábado, o ciclo de instrumentos históricos "Um Músico um Mecenas", no Museu da Música, em Lisboa.

Violoncelos Galrão abrem no próximo sábado ciclo 'Um Músico um Mecenas'
Notícias ao Minuto

17:09 - 26/04/16 por Lusa

Cultura Museu

Até dezembro, estão previstos 11 recitais, todos de entrada gratuita.

"Os concertos deste ciclo são autênticas viagens à coleção do Museu da Música, conduzidas por grandes intérpretes nacionais e internacionais, que atuam 'pro bono', e dão a conhecer os instrumentos através de concertos comentados e de uma contextualização histórica estendida, muitas vezes, ao repertório escolhido", explica o museu, em comunicado enviado à Lusa.

Defende o museu, atualmente instalado na estação de Metropolitano do Alto dos Moinhos, que "a interpretação, a necessária manutenção dos instrumentos musicais e a comunicação da história de cada um deles são fatores intimamente ligados e que resultam numa ação concertada entre o Museu da Música e os Mecenas do ciclo, músicos, construtores/restauradores e outros parceiros".

Parte dos instrumentos utilizados, como os violoncelos de Joaquim José Galrão e o Stradivarius Chevillard-Rei de Portugal, é originária da coleção do rei D. Luís, que foi pianista e violoncelista amador, e "um monarca com grande sensibilidade para as artes", assinala o museu, em comunicado.

O ciclo abre no sábado, com os violoncelos de Joaquim José Galrão (1769 e 1781), tocados por Raquel Reis e Martin Henneken, que interpretarão Sonatas para violoncelo e baixo contínuo, do italiano Francesco Geminiani (1687-1762).

No dia 18 de maio, Levon Mouradian e Marina Dellalyan tocam, respetivamente, o violoncelo Stradivarius Chevillard-Rei de Portugal (1725) e o piano Bechstein (1925), apresentando um programa que inclui obras de Franz Schubert, Robert Schumann e Manuel de Falla.

Este violoncelo Stradivarius pertenceu ao músico belga Pierre Chevillard (1811-1877) e a D. Luís, que reinou entre 1861 e 1889.

No dia 25 de junho, realiza-se um recital de viola da gamba, do construtor de instrumentos Pieter Rombouts, datada da primeira metade do século XVIII, e de cravo, neste caso, o famoso 'Cravo Antunes', datado de 1758, classificado como tesouro nacional.

O cravo Antunes, construído por Joaquim José Antunes, "é testemunho único da extremada técnica de construção portuguesa de setecentos, onde se reconhece uma forte e bem estabelecida tradição de artesanato musical com orientações próprias", como explicou à Lusa uma fonte do Museu.

Este cravo é "internacionalmente reconhecido por ser um dos mais fiéis exemplares da construção de cravos ibéricos".

O recital, intitulado "Música europeia sem fronteiras", é protagonizado por Sofia Dinis (viola da gamba) e Flávia Castro (cravo).

Em julho, no dia 30, pode escutar-se um 'ensemble' constituído pelo 'Violino Galrão' (1794), o 'Violoncelo Galrão' (1781) e o 'Órgão Fontanes' (1780-90), tocados, respetivamente, por Iskrena Yordanova, Ana Raquel Pinheiro e José Carlos Araújo.

O recital, intitulado "Invenções e paixões barrocas", é constituído por sonatas para violino dos séculos XVII e XVIII, de influência italiana, segundo a mesma fonte do museu.

Com o apoio do Instituto Italiano, o músico Pietro Prosser toca, no dia 06 de agosto, a tiorba de Matheus Buchenberg (1608), num recital intitulado "Toccate e Partite - Musica per tiorba tra la Roma e la Bologna del Seicento".

O órgão Fontanes regressa à ribalta do ciclo, no dia 10 de setembro, desta feita para acompanhar o 'Violoncelo Dinis' (1797), tocados respetivamente, por Miguel Jalôto e Diana Vinagre.

O órgão construído por Joaquim António Peres Fontanes, considerado um dos mais importantes organeiros portugueses, é de "madeira, pintado de verde, com decorações vegetalistas no interior das portas e frontal dourado; as teclas naturais, com capas de buxo, as frentes pregueadas e teclas cromáticas em pau-santo. Possui dois pedais para a registação e que preparam a introdução dos jogos harmónicos; tubos de metal (ligas de estanho, chumbo e zinco) e os fundamentais, em madeira", explicou fonte do Museu à Lusa

No dia Mundial da Música, 01 de outubro, realiza-se um recital por Marco Pereira (violoncelo Stradivarius Chevillard - Rei de Portugal) e Joana David (piano Bechstein), que interpretarão peças de Ludwig van Beethoven e Joahannes Brahms.

Ainda em outubro, no dia 22, José Carlos Araújo protagoniza um recital de clavicórdios do século XVIII, constituído por composições ibéricas desse período.

Em novembro, no dia 05, Luísa Amaro, que preside à Associação dos Amigos do Museu da Música, toca peças de Carlos Paredes, na 'Guitarra Portuguesa de Kim Grácio' (1960), e, no dia 19, realiza-se um recital, por Fernando Costa e Luís Costa, que vão usar o Violoncelo Lockey Hill (1800), de Guilhermina Suggia, e o piano Bechstein (1920), de Luiz de Freitas Branco, em peças do compositor de "Vathek" e "Paraísos artificiais", assim como de Luiz Costa e de Fernando Lopes-Graça.

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