De acordo com o museu, a exposição, intitulada "A Arte Interior. Siza Vieira e o desenho de objetos", é inaugurada a 16 de julho e abre ao público no dia seguinte.
Um dos elementos chave desta mostra será a presença da azulejaria, "aspeto muitas vezes ignorado da obra do autor e que terá neste espaço um lugar de destaque e a reflexão que merece", sublinha o Museu Nacional do Azulejo (MNAZ).
Iniciado em 2013, o projeto de exposição de objetos criados por Álvaro Siza Vieira pretende dar a conhecer de que modo o arquiteto complementa os espaços que cria e qual a vivência que neles pretende projetar.
Na mostra, além do azulejo, vão estar a cerâmica e o vidro - materiais mais ligados à vocação do museu - mas também móveis, tapeçarias e ourivesaria desenhadas por Álvaro Siza, 82 anos, nascido em Matosinhos, vencedor do Prémio Pritzker em 1992.
O objetivo é revelar ao público o processo criativo dos artefactos, "que não é determinado apenas pelas propriedades físicas da matéria e/ou pela função, mas também como representação de uma cultura imaterial, com os seus valores semânticos e simbólicos".
"Deste modo, evidenciam-se os aspetos fulcrais do desenho e a paisagem interior do universo de Siza Vieira e o modo como, independentemente da matéria ou funcionalidade do objeto, certos princípios são constantes e claramente observáveis", salienta o MNAZ.
Álvaro Siza estabeleceu ateliê no Porto em 1954, onde desenvolveu a sua prática da arquitetura, e dedicou-se também à docência na Universidade daquela cidade, vindo a tornar-se um dos mais destacados arquitetos portugueses e a nível mundial.
Siza tem obras de arquitetura no país, desde o Pavilhão de Portugal (Lisboa), o Bairro da Bouça (Porto), a Igreja de Santa Maria (Marco de Canaveses) e a Piscina das Marés (Leça da Palmeira), da Biblioteca da Universidade de Aveiro.
E em vários outros pontos do mundo, como o edifício da Fundação Iberê Camargo (Brasil), a casa de Oudenbourg (Bélgica), a reitoria da Universidade de Alicante o Edifício Zaida (Espanha).
Álvaro Siza Vieira é o mais premiado dos arquitetos portugueses, tendo sido distinguido, entre outros, com o Prémio Mies van der Rohe da União Europeia (1988), o Praemium Imperiale do Japão (1997), a Medalha de Ouro do Royal Institute of British Architects (2009) e o Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza (2012).