O conceituado arquitecto esteve na quinta-feira na cerimónia de pré-inauguração do Atelier-Museu Júlio Pomar, em Lisboa, cujo projecto de remodelação do edifício é da sua autoria.
À margem da cerimónia, em declarações à agência Lusa, sobre a iniciativa que a Secretaria de Estado da Cultura lança hoje para reforçar a projecção internacional da arquitectura portuguesa, Álvaro Siza achou-a "muito interessante".
"O secretário de Estado da Cultura [Jorge Barreto Xavier] falou-me nesse projecto, e até me convidou para estar presente, mas eu pedi para ser dispensado, porque ainda estou a recuperar", de um acidente sofrido no ano passado, disse o arquitecto, de 79 anos.
No entanto, sobre a iniciativa, comentou: "Particularmente, neste momento, é importante, porque, infelizmente, muitos arquitectos, sobretudo jovens arquitectos, estão a ter de ir para outros Países. Já foram bastantes, e é natural que ainda vão mais".
No âmbito da iniciativa ‘Ano da Arquitectura Portuguesa 2013’, que junta várias parcerias no sector e também entidades das tutelas da Economia e do Ministério dos Negócios Estrangeiros, vai ser concertada uma estratégia de promoção no estrangeiro e uma programação de iniciativas em 10 Países.
Contudo, para o galardoado em 1992 com o Prémio Pritzker, considerado o Nobel da Arquitectura, "há muitos arquitectos, ou uma produção de arquitectos exagerada" no País.
"Em Portugal há 34 escolas de arquitectura, se é que ainda estão abertas. Num País onde havia pouquíssimos arquitectos, passou a haver demasiados", avaliou.
Comparou o País a "Espanha, onde há o mesmo número de escolas [de arquitectura], mas simplesmente a população é cinco vezes maior".