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Amarelo Silvestre estreia 'Soprar para ver' para mostrar o invisível

A companhia de teatro Amarelo Silvestre estreia hoje, em Lisboa, a peça 'Soprar para ver', que mostra o que, à partida, é invisível ou não se quer ver, disse à agência Lusa a diretora artística.

Amarelo Silvestre estreia 'Soprar para ver' para mostrar o invisível

© Reprodução/ Amarelo Silvestre

Lusa
03/10/2025 09:30 ‧ há 3 dias por Lusa

Cultura

Teatro

Depois da antestreia na terra natal da companhia, em Canas de Senhorim, a peça estreia-se hoje no Teatro Luís de Camões, em Lisboa, onde fica até dia 12 de outubro, seguindo depois para Lamego (24 e 25 de outubro), Alcanena (05 e 06 de dezembro) e Braga (13 de dezembro), segundo o 'site' da Amarelo Silvestre.

 

"Ela [a personagem] tem um percurso, desde os 8 anos, que a tornou uma abridora de janelas profissional. É uma especialista em abrir janelas para fazer ver aos outros coisas que estão mesmo ali à frente e que, por vezes, não conseguem ver", adiantou Rafaela Santos.

Invisibilidades que, "de vez em quando, tornam-se mais visíveis, pelas piores razões, mas na realidade elas sempre estiveram lá e ela quer que se vejam, quer ampliá-las para deixarem de passar despercebidas".

Em palco está somente Inês Luzio, a dar corpo à 'voz off' de Amélia Santos Giestas que, por sua vez, dá vida à escrita de Fernando Giestas, num cenário "muito analógico" que conta com a criação plástica de Rachel Caiano e arranjos musicais de Inês Luzio e Leonardo Outeiro.

Sem querer desvendar toda a peça, Rafaela Santos adiantou que as invisibilidades "podem ser coisas muito concretas como pessoas com deficiência, pessoas velhas, desempregadas, ou os empregados de limpeza ou de mesa, por exemplo, são situações em que as pessoas se tornam quase invisíveis".

A diretora artística indicou ainda outras pessoas que "parece que ninguém vê, passam, estão ali, mas não são vistos, como os seguranças, os assistentes de sala, as profissões em que são auxiliares de alguma coisa para que outros sejam vistos".

"Há ainda as pessoas, como os migrantes ou as pessoas ciganas e que, desejavelmente se tornam invisíveis para muitos, porque levantam questões que são incómodas", realçou.

No fundo, resumiu, "é um percurso de descoberta, de uma inquietação que a faz soprar e, com este sopro, abre janelas, porque ela tem um sopro muito forte, como um superpoder ou um dom, que tem desde pequena e que não consegue aguentar dentro dela".

A história foi inspirada numa vizinha da Amarelo Silvestre, em Canas de Senhorim, no distrito de Viseu, que, "já não está, mas contou há uns anos que fez uma viagem a Roma e, no regresso, numa das paragens do autocarro encheu os bolsos de pinhões e, um deles, plantou-o na quinta" onde a companhia de teatro tem residência.

"Hoje, 50 e tal anos depois, é um pinheiro lindo, forte, com altura de uns três ou quatro andares, que faz uma sombra tremenda, está isolado e é bem visível. A senhora morava na rua e quando abria a janela via o pinheiro dentro da quinta", contou.

Leia Também: Encenador Tiago Rodrigues será diretor do Festival de Avignon até 2030

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