"Oito semanas, oito encontros" é o lema do ciclo com curadoria da estrutura de produção teatral fundada por Cristina Carvalhal, em que serão realizadas oficinas com artistas e estruturas convidadas. O objetivo é a "partilha de processos criativos nas artes performativas", lê-se na programação do CCB.
"Este ciclo propõe-se como espaço de reflexão, afeto e contágio entre pares e públicos", refere o CCB, acrescentando que no final de cada workshop de dois dias, haverá um momento de contacto com o público, em que será apresentado o resultado da reflexão.
Gaya de Medeiros, Flávia Gusmão, David Marques, Teresa Coutinho, Teatro da Cidade, Aurora Negra, Os Possessos e Má-Criação são os artistas e as estruturas que participam no ciclo.
A primeira sessão aberta ao público decorrerá no próximo dia 08, pelas 19:00, na sala Sophia de Mello Breyner Andresen do CCB, com a bailarina e coreógrafa Gaya de Medeiros.
Esta sessão ocorrerá depois de uma oficina de trabalho, marcada para dias 06 e 07, baseada num conjunto de práticas que têm ajudado a artista a "questionar a preparação física/autocuidado, as possibilidades de relação com o público e as estratégias dramatúrgicas na abordagem de temáticas autobiográficas e identitárias", acrescenta o CCB.
O workshop visa "ser um espaço de troca, de desafio individual/coletivo e de vulnerabilidade", acrescenta o CCB, sobre a iniciativa a cargo da bailarina, diretora e produtora brasileira, de 31 anos, fundadora da plataforma BRABA, destinada a viabilizar ações criativas direcionadas e protagonizadas por pessoas trans/não binárias.
A segunda sessão do ciclo está marcada para os dias 20 e 21, com a atriz e encenadora Flávia Gusmão, com o objetivo de "partilhar processos de trabalho relacionados, sobretudo, com a ideia de biografia em cena, teatro e comunidade, 'site specific' e trabalho colaborativo", acrescenta o CCB.
Flávia Gusmão formou-se na Escola Profissional de Teatro de Cascais, entre 1993 e 1996, ano em que passou a fazer parte do elenco do Teatro Experimental de Cascais (TEC), onde se manteve até 2003. Entre 2003 e 2005 fez parte do Teatro da Garagem.
Desde então, tem trabalhado com encenadores em Portugal, Itália e Escócia. Em 2014, venceu o prémio Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) de Melhor Atriz.
Além de estágios no Rio de Janeiro com Enrique Diaz e a Cia. dos Atores, Flávia Gusmão assina também criações próprias, muitas das quais em Cabo Verde.
A terceira sessão está marcada para 27 e 28 de outubro, com o coreógrafo, intérprete e investigador David Marques, que procurará "articular as suas diferentes experiências como artista da dança -- na criação, interpretação, pedagogia e curadoria --, partilhando as motivações e as condições que favorecem a sua prática artística, metodologias de trabalho consolidadas e em experimentação e posicionamentos ético-estéticos".
O grupo liderado pelo artista, que também desenvolve trabalho na área da criação, interpretação, pedagogia e curadoria, é "convidado a participar de forma ativa" nas sessões, em que "terão particular importância" temas como "autoficção, enunciação, mistério e paradoxo".
A ministrar a quarta sessão estará a atriz, criadora e dramaturga Teresa Coutinho, nos dias 03 e 04 de novembro.
Da quinta à oitava sessões, estarão estruturas teatrais: o Teatro da Cidade (10 e 11 de novembro), Aurora Negra (24 e 25 de novembro), Os Possessos (01 ne 02 de dezembro) e Má-Criação (08 e 09 de dezembro).
Sem local ainda mencionado, à semelhança das anteriores, as sessões abertas ao público decorrerão sempre no dia após os workshops.
As sessões abertas ao público têm entrada livre, mediante o levantamento de ingresso duas horas antes na bilheteira do CCB.
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