Segundo o CCB, este ciclo programático procura questionar o papel da mentira no contexto contemporâneo, marcado pela desinformação, algoritmos e manipulação da perceção pública, fenómenos que podem "influenciar eleições e minar a confiança na democracia".
As sessões, que terão lugar sempre às quintas-feiras, às 19:00, no Centro de Reuniões do CCB, vão estender-se até junho de 2026, tendo como objetivo refletir sobre a relação entre verdade, mentira e perceção da realidade, a partir de pensadores clássicos e contemporâneos.
O ciclo arranca no dia 09 de outubro com a conferência "Com a verdade me enganas: a eficácia da mentira", abordando o pensamento de Aristóteles, Heidegger e Husserl.
A parir daí, os encontros terão uma periodicidade mensal, abordando temas como "Ser sonso: a raiz da dissimulação", segundo Nietzsche, no dia 06 de novembro, e "Imitações e o original", de acordo com Platão, em 27 de novembro.
Outros filósofos e pensadores em destaque incluem Hannah Arendt e Tácito, que inspiram a conferência com o tema "O conto do vigário: --- questões de propaganda", no dia 29 de janeiro de 2016, ou Jean Baudrillard, cujas ideias suscitam um debate sobre "Ídolos de aço com pés de barro: --- iconoclastia", no dia 26 de fevereiro.
"Segredos por revelar", inspirado em Sissela Bok, em 26 de março; "Sósias de si próprio", segundo o pensamento de Naomi Klein, em 30 de abril; e "Grandes deceções", de acordo com Neel Burton, no dia 28 de maio, são as sessões que se seguem.
O ciclo encerra no dia 25 de junho, com a conferência "'O que é a verdade?' pergunta Pilatos", a partir do "Novo Testamento" e de Nietzsche.
Professor da Universidade Nova de Lisboa, António de Castro Caeiro é ensaísta e tradutor, tendo sido baixista da banda Mata-Ratos.
Na temporada passada, protagonizou uma série de conferências no CCB sobre os sentimentos, agora disponíveis em 'podcast'.
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