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Sexteto de Jazz de Lisboa faz 40 anos e estreia novos temas no Teatro Tivoli

O Sexteto de Jazz de Lisboa inicia a celebração do seu 40.º aniversário na próxima segunda-feira, no Teatro Tivoli, em Lisboa, que inclui uma digressão, até ao final do próximo ano, e a edição de um duplo álbum.

Sexteto de Jazz de Lisboa faz 40 anos e estreia novos temas no Teatro Tivoli

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Lusa
20/09/2025 23:59 ‧ há 1 semana por Lusa

Cultura

Jazz

No palco do Tivoli, o ensemble vai estrear novos temas, nomeadamente 'Uma Outra Gaveta' e 'Toaps', de Mário Laginha, e 'Opus' e 'Raiz', de Tomás Pimentel.

 

O Sexteto de Jazz de Lisboa surgiu em 1984 constituído por músicos profissionais da escola do Hot Clube de Portugal e da Escola de Jazz do Porto. Mário Laginha, no piano, Mário Barreiros, na bateria, Pedro Barreiros, no contrabaixo, Tomás Pimentel, no trompete, Edgar Caramelo e Jorge Reis, nos saxofones, constituíram o núcleo fundador.

Em 2015 o ensemble adicionou Francisco Brito, no contrabaixo, e Ricardo Toscano, no saxofone, após a morte de Jorge Reis, em outubro de 2014, aos 55 anos.

Em declarações à agência Lusa, o produtor musical do Sexteto, Joaquim Lourenço, realçou a mudança notada no cenário jazzístico nacional, nestas últimas quatro décadas, nomeadamente a partir da "viragem do século".

"Houve verdadeiramente revolução com a viragem do século [do XX para o XXI] com a abertura de escolas de música em vários pontos do país, com agrupamentos de Jazz. No início do sexteto havia duas, a do Hot Clube de Portugal, e a que o Mário Barreiros e o irmão, Pedro, vieram a abrir, em 1985, no Porto. Nesta viragem do século os Conservatórios começaram a ter cursos de Jazz".

O "boom de escolas de Jazz de onde saíram músicos - muitos poderão até não vir a ser músicos profissionais - criou um hábito e um público ávido de ouvir Jazz. Temos visto salas cheias, os festivais são cada vez mais, há cada vez mais gente a querer ouvir Jazz", disse Joaquim Lourenço à Lusa.

O produtor referiu "as muitas orquestras regionais de Jazz", do Algarve, Leiria ou Nazaré e Matosinhos, acrescentando que "da quantidade resulta a muita qualidade" dos músicos portugueses.

"O advento das escolas de Jazz trouxe mais público, um público jovem, mas de outras idades também, que começa a perceber e a gostar", disse o produtor, citando Fernando Pessoa, a propósito do interesse criado pelo Jazz, música que qualificou como "admirável": "Primeiro estranha-se, mas depois entranha-se".

Joaquim Lourenço defendeu a existência de um Jazz nacional fruto das vivências de muitos dos seus criadores, que "por diversas razões experimentaram outras linguagens que acabaram por incorporar no seu Jazz".

Entre outros, citou a parceria de Mário Laginha com o fadista Camané e o facto de o pianista tocar com orquestras sinfónicas, apontando-o como uma referência "incontornável".

Mas citou também outros músicos como o saxofonista Ricardo Toscano e o pianista João Paulo Esteves da Silva, "que traz muitas referências étnicas para o seu universo musical", e lembrou ainda que outros tocaram em bandas pop/rock e muitos dos que têm atuado além-fronteiras, onde têm contacto com outros universos.

"Todas estas experiências construíram aqui um conjunto de músicos que têm uma identidade própria a que juntaram as sonoridades nacionais", afirmou Joaquim Lourenço, enfatizando: "A nossa identidade está também espelhada nos intérpretes que eles são".

A esta fusão "alguns já lhe chamam de 'World Jazz à portuguesa', e isto percebe-se pelo que eles tocam", afirmou.

O produtor é perentório: "Quarenta anos depois, o país é outro, é muito mais o público, são muitos mais os músicos e os palcos onde se pode tocar Jazz, e há muitos músicos que já conseguem viver apenas do Jazz".

Quanto ao futuro, afirmou-se "esperançado", e justificou: "Temos pernas para andar, muitos dedos para tocar e bocas para soprar".

Referindo-se ao Sexteto, Joaquim Lourenço afirmou que "está melhor que nunca", e acrescentou: "Estão tão entusiasmados com esta digressão que decidiram voltar a estúdio e regravar o 'Ao Encontro', o único disco do grupo, saído em 1988, e um novo disco com os originais que foram compondo. Será certamente um duplo CD".

"Será um revisitar da história do ensemble e o lançar novas perspetivas", concluiu o produtor.

Depois de Lisboa, o Sexteto de Jazz de Lisboa toca no próximo dia 7 de novembro no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha.

Até ao final do próximo ano, atuará pelo país, noutras salas e em festivais de música, estando já agendado um concerto em Bragança para 20 de novembro de 2026.

Leia Também: Eduardo Batarda: Coleção do Estado e MAAT recordam "um dos mais notáveis artistas"

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