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Eduardo Batarda: Coleção do Estado e MAAT recordam "um dos mais notáveis artistas"

A Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE) e a Fundação EDP, detentora do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), recordam Eduardo Batarda, "um dos mais notáveis artistas" da atualidade, em notas de pesar pela sua morte.

Eduardo Batarda: Coleção do Estado e MAAT recordam "um dos mais notáveis artistas"

© Global Imagens

Lusa
20/09/2025 15:29 ‧ há 1 semana por Lusa

Eduardo Batarda morreu na sexta-feira, em Lisboa, aos 81 anos, anunciaram, num comunicado conjunto, as galerias Pedro Oliveira e Miguel Nabinho.

 

A CACE, numa declaração publicada no seu 'site', refere-se a Batarda como "figura maior da arte contemporânea portuguesa, cujo percurso marcou de forma incontornável a história cultural" do país.

Tutelada pela Museus e Monumentos de Portugal, com o cargo de curadora desempenhado pela historiadora de arte Sandra Vieira Jürgens, a CACE recorda o percurso docente de Eduardo Batarda, como professor na Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, durante mais de três décadas, "onde deixou uma marca duradoura em sucessivas gerações de estudantes", assim como o "domínio virtuoso da técnica" e a sua "atitude crítica e rigorosa perante a prática artística".

"Eduardo Batarda destacou-se pela coragem e ousadia da sua linguagem, construindo um legado que alia experimentação formal, densidade crítica e uma singular ironia", conclui a mensagem da CACE, que possui algumas das mais representativas telas do pintor, de diferentes períodos, como "El Cineasta" (1979), "Tigre da Malásia" (1985) e "Azambuja" (2001).

O historiador de arte João Pinharanda, diretor do MAAT, recorda por seu lado "um dos mais notáveis artistas dos últimos 60 anos da arte portuguesa", numa mensagem publicada no 'site' da Fundação EDP.

Segundo Pinharanda, é possível "destacar vários níveis" de influência de Batarda na arte portuguesa: como artista, como professor, "e ainda como erudito, possuidor de uma das mais vastas bibliotecas sobre arte renascentista e barroca, que recentemente doou à da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova".

"A minúcia e perfeccionismo que colocava na realização de todas as suas obras iam a par de uma feroz consciência crítica e autocrítica sobre a realidade política, social e cultural do seu tempo português e ocidental", destaca o diretor do MAAT, destacando o caráter figurativo das aguarelas, nas quais "essa dimensão era evidente e imediatamente incómoda".

Na pintura abstrata, "a vertente crítica revela-se nos densos jogos de palavras, nos títulos ou nas sucessivas inscrições explícitas ou cifradas com que recobre a superfície de muitas das obras", salienta.

João Pinharanda recorda ainda "a última grande exposição individual" de Eduardo Batarda, "Misquoteros", realizada no MAAT em 2016: "As características hipercríticas, profundamente eruditas e de humor sarcástico da sua obra [afirmavam-se] ao ponto de nos colocar perante três dezenas de telas de grande dimensões inteiramente cobertas por um texto que poderia ser lido em contínuo, confirmando por um lado as suas também extraordinárias qualidades de escrita e, por outro, o [seu] eterno jogo de sentidos".

Eduardo Manuel Batarda Fernandes nasceu em Coimbra, no final de outubro de 1943. Frequentou o curso de Medicina, que abandonou em 1963, para se formar em Pintura, na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa e, depois, no Royal College of Art, em Londres.

Em 1976, começou a lecionar na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, combinando ensino com prática artística.

As suas primeiras exposições datam de 1966-1968. Em 1998 teve uma exposição retrospetiva no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, com mais de 200 obras. Entre as exposições mais recentes destacam-se a antológica no Museu de Serralves, no Porto, "Eduardo Batarda: Outra Vez Não", em 2011, e "Misquoteros", no MAAT.

Este ano, Eduardo Batarda foi "figura central" da Bienal de Arte Contemporânea da Maia.

Prémio Fundação EDP de Artes Plásticas, em 2007, Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, em 2019, Eduardo Batarda foi distinguido em 2020 com a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura.

Leia Também: A morte de Eduardo Batarda, pai de Beatriz e sogro de Bruno Nogueira

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