A informação sobre as exposições da temporada 2025-2026 foi divulgada hoje, durante uma conferência de imprensa do conselho de administração do CCB, e da equipa das várias áreas artísticas, embora não estivesse presente a diretora do museu, Nuria Enguita, que fará uma apresentação própria numa data próxima, a anunciar.
A 25 de outubro está prevista a inauguração da exposição 'Avenida 211', com curadoria de Nuria Enguita e Marta Mestre, dedicada ao icónico edifício da Avenida da Liberdade, em Lisboa, que, entre 2006 e 2014, "foi um espaço fervilhante de atividade artística no coração" da capital, recorda um texto do museu sobre a mostra.
Mais de quatro dezenas de artistas e músicos de diferentes gerações estabeleceram espaços de trabalho neste local durante aquele período, onde o engenheiro, artista plástico e dinamizador António Bolota tinha o seu próprio ateliê, que também gerou e dinamizou vários projetos curatoriais, lembra a investigação de Giorgia Casara e Sara De Chiara para esta exposição.
"Este contexto foi fundamental para a vitalidade da cena artística lisboeta, num período que acompanhou tanto a crise financeira global (2008-2009) como a crise da dívida de Portugal e a intervenção da troika (2010-2014) - ambas pontos de viragem de uma acentuada financeirização da cidade, como tem vindo a ser descrita por vários cientistas sociais", evoca o MAC/CCB sobre a exposição que ficará patente até 05 de abril de 2026.
Entre 24 e 26 de outubro, o MAC/CCB irá celebrar o seu segundo aniversário - depois de ter ocupado o lugar do antigo Museu Coleção Berardo - com a inauguração oficial da exposição 'Avenida 211', conversas, concertos, oficinas, visitas guiadas e atividades para famílias.
'Lugar de estar: O legado de Burle Marx' é inaugurada a 26 de novembro, com curadoria do instituto com o nome do artista plástico brasileiro e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, através de Isabela Ono, Pablo Lafuente e Beatriz Lemos, com adaptação e curadoria de Nuria Enguita.
Roberto Burle Marx, artista plástico e paisagista brasileiro, embora tenha ficado conhecido internacionalmente por esta última atividade e como introdutor do paisagismo modernista no Brasil, também foi pintor, desenhador, designer, escultor e cantor.
A partir de 11 de fevereiro, estará patente a exposição 'Habitar Portugal', com curadoria de Alexandra Saraiva, Célia Gomes e Rui leão, resultado de uma iniciativa da Ordem dos Arquitetos iniciada em 2003 para apresentar ao público as referências mais recentes da qualidade da arquitetura em Portugal.
'May I help you? - As artes e os artistas da década de 1970 em diante', com curadoria de Nuria Enguita, Marta Mestre e Raphael Fonseca, é inaugurada a 25 de fevereiro de 2026.
A artista plástica e socióloga norueguesa Frida Orupabo - cuja obra, sobretudo em colagem, questiona o aproveitamento comercial contínuo da imagem das pessoas em situações fragilizadas - será alvo de uma mostra a partir de 17 de junho de 2026.
Em 29 de abril, deverá abrir ao público 'José Pedro Croft: Reflexos, enclaves, desvios', com curadoria de Luiz Camillo Osorio, sobre o artista português nascido no Porto, em 1957, cuja obra assenta sobretudo em esculturas e pinturas geométricas reduzidas.
Na década de 1980, José Pedro Croft iniciou o seu longo percurso pela escultura, utilizando materiais industriais, como madeira e metal, sobre superfícies de vidro ou espelhos.
Seguem-se, segundo a programação, as exposições 'Olhos Múltiplos', com curadoria de Nuria Enguita e Rafael Barber Cortell, a partir de 13 de maio, e 'Terra', que inaugura a 03 de junho.
Já no próximo dia 02 de outubro, o MAC/CCB irá receber a exposição 'Lighter', em resultado da colaboração com a Trienal de Arquitetura de Lisboa, que arranca nesse dia em vários pontos da capital, sob o tema 'How heavy is a city?' ('Quão pesada é uma cidade?'), com curadoria de Ann-Sofifi Ronnskog e John Palmesino, da Territorial Agency.
Na conferência de imprensa de hoje, a vogal Madalena Reis indicou que será reforçada a presença da música nos espaços do MAC/CCB através do programa intitulado 'Música no Museu', com recitais de piano, guitarra e canto.
Na temporada pontuam, entre outros, o recital de piano 'Silêncio em três tempos surreais', por Ana Telles, 'Sonatas e Interlúdios de John Cage', por Elsa Silva, 'Repetições transitórias' pelo Duo Sirius, 'Três vozes de Morton Feldman', por Camila Mandillo, e 'À descoberta da paixão pela música', por Jorge Moyano.
Questionada sobre o resultado do concurso para curador de Arquitetura do Museu de Arte Contemporânea e Centro de Arquitetura do CCB, depois da saída da anterior responsável, arquiteta Mariana Pestana, a vogal Madalena Reis indicou que foram recebidas 25 candidaturas e o anúncio do selecionado será divulgado durante a primeira quinzena de outubro.
Quanto ao resultado do concurso para a direção das artes performativas, ainda em fase de receção de candidaturas até segunda-feira, deverá ser anunciado na primeira quinzena de novembro deste ano, acrescentou.
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