Em declarações à agência Lusa, a vice-reitora da Universidade de Évora (UE), Ana Telles, indicou que este projeto é liderado pela academia alentejana e engloba três momentos, um já este ano, outro no próximo, culminando com um festival em 2027.
"Começamos, já em 2025, a sensibilizar o público para [a forma] como a música pode contribuir de modo eficaz para as problemáticas relacionadas com a sustentabilidade ambiental e não queremos que isso se faça só num festival de três dias em 2027", afirmou.
Intitulado 'Lá nas árvores', o projeto liderado pela Universidade de Évora (UÉ) abarca o ciclo 'Sentir a terra', que decorre entre 23 e 26 de outubro deste ano, na cidade alentejana, com um programa que inclui concertos, 'workshops' e palestras.
Segundo Ana Telles, para este primeiro ciclo está aberta, até ao dia 17, uma chamada ('call') destinada a artistas e compositores, de todas as nacionalidades, para apresentarem "obras relacionadas com os temas da paisagem sonora e ecologia acústica".
"É a primeira 'call' a ser lançada" e este ciclo será igualmente "a primeira ocasião artística da programação" da CEC Évora 2027, destacou Ana Telles, que é também curadora e diretora artística do projeto 'Lá nas árvores'.
As obras que vierem a ser selecionadas vão ser apresentadas numa instalação sonora, a realizar no Coreto do Jardim Público de Évora, e num concerto no Palácio de D. Manuel, no âmbito deste ciclo 'Sentir a terra'.
O projeto envolve um segundo ciclo, denominado 'Levantar voo', previsto para abril ou maio de 2026, e um festival principal, com o tema "Nas verdes árvores", no primeiro semestre de 2027, para os quais serão lançadas novas chamadas.
"Em 2025, começamos dentro do perímetro urbano", no jardim público, aproveitando "um espaço natural para começar a trazer as pessoas para esta ligação", enquanto, em 2027, "o festival vai decorrer num espaço natural", ainda a designar, adiantou.
Financiado pelo programa regional Alentejo 2030, o projeto é liderado pela UÉ e trata-se de uma coprodução que envolve, além da academia, as associações Évora 2027, Lisboa Incomum e Projecto DME.
Além de Ana Telles como curadora e diretora artística, conta ainda com o professor universitário, biogeógrafo e investigador Miguel Bastos Araújo como consultor ambiental, enquanto o também docente João Bacelar será responsável pelo 'design' do projeto.
Os compositores e professores universitários Carlos Marecos e Mariana Vieira também vão participar na iniciativa artística.
Quanto à chamada para o primeiro ciclo, cada candidato poderá submeter uma obra para a categoria de instalação e outra para a de concerto ou a mesma para ambas, sendo permitido um máximo de uma obra por categoria por participante.
O anúncio dos resultados está marcado para o dia 06 de outubro deste ano.
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