Perve Galeria assinala 50 anos das independências dos PALOP na ARCOlisboa

A Perve Galeria vai assinalar os 50 anos das independências dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) na Feira Internacional de Arte Contemporânea ARCOlisboa com a divulgação da obra da artista canadiana Renée Gagnon, disse esta quarta-feira o galerista à Lusa.

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Lusa
28/05/2025 17:46 ‧ ontem por Lusa

Cultura

Lisboa

"Vamos ter obras da artista canadiana Renée Gagnon, com um trabalho notável em Angola, sobre os musseques nos anos 1970, autorizado pelo próprio presidente Agostinho Neto", indicou o galerista Carlos Cabral Nunes, durante a montagem do expositor na feira que inaugura oficialmente quinta-feira.

 

A palavra musseque deriva da língua local kimbundu, e designa os terrenos arenosos à volta da cidade de Luanda, onde se situavam os bairros suburbanizados desde o século XVIII.

Renée Gagnon documentou em fotografia a vida nos musseques, revelando a riqueza cultural e artística dessas estruturas, com detalhes minuciosos das ruas, becos, janelas e portas.

Além da divulgação da obra da artista canadiana, a Perve Galeria estará este ano na ARCOlisboa com o propósito de "dar a conhecer o artista João Artur da Silva, um dos pioneiros do movimento dos surrealistas em Portugal, da década de 1940, "praticamente desconhecido no país".

"Este artista tem um trajeto destacado em Inglaterra e no Canadá, e é provavelmente o único artista deste movimento nascido nos anos 1920 que continua ativo. Aos 97 anos, continua a pintar", realçou Cabral Nunes.

O galerista recorda positivamente as anteriores presenças na ARCOlisboa, e tem boas expectativas para a oitava edição: "Este ano fizemos um maior investimento, temos um expositor de grande dimensão. É um risco maior, mas assinalar os 50 anos das independências dos Países de Língua Oficial Portuguesa também é muito importante".

A Feira Internacional de Arte Contemporânea ARCOlisboa abre quinta-feira com 83 galerias, novos prémios e entrada gratuita alargada "para atrair o público jovem", segundo a organização, que reservou dois dias livres para visitantes até aos 25 anos.

Até domingo, a oitava edição, que voltará a decorrer no edifício da Cordoaria Nacional, juntará galerias de 17 países, com 30 portuguesas e 53 estrangeiras, dando especial relevo às presenças de Espanha, Alemanha, Itália e Brasil.

Depois de em edições anteriores a ARCOlisboa ter aberto portas gratuitamente a jovens até aos 25 anos durante uma tarde do certame, a opção da direção foi estender essa entrada a duas tardes, na sexta-feira (dia 30 de maio) e sábado (dia 31 de maio), a partir das 15:00.

A feira será composta por três núcleos: Programa Geral, com 61 galerias, Opening Lisboa, comissariado por Sofia Lanusse e Diogo Pinto, com 18 galerias, e "As formas do Oceano", núcleo comissariado por Paula Nascimento e Igor Simões, reunindo projetos centrados em África, a sua diáspora e outras geografias, em cinco galerias.

O programa internacional previsto trará 150 convidados a Lisboa, entre diretores de museus, curadores, galeristas e outros profissionais do setor, "para dar visibilidade à feira e para que se interessem nos conteúdos da cidade nesta área", apontou a responsável à Lusa.

Nos últimos três anos, a afluência à ARCOlisboa passou de 11 mil visitantes, em 2022, para mais de 13 mil, em 2023 e em 2024, segundo os números da organização.

Outra novidade, este ano, será a atribuição de novos prémios, entre os quais o Prémio de Aquisição Museu de Arte Contemporânea Armando Martins (MACAM), lançado este ano na ARCOmadrid, e o Prémio Aquisição Coleção Studiolo -- Candela A. Soldevilla, da colecionadora espanhola.

Além destes, mantêm-se o Prémio Opening Lisboa, o Prémio Fundação Millennium bcp para o Melhor Stand, e também as aquisições da Fundação ARCO e da Câmara Municipal de Lisboa.

O Programa Geral contará com a estreia de galerias como Travesia Quatro, Duarte Sequeira, Set Espai d´Art e Each Modern, enquanto outras irão regressar após um interregno, como é o caso de Vermelho, Nuno Centeno, Rosa Santos, Fonseca Macedo e a Galeria de Las Misiones, que se juntam a outras já com presenças habituais, como as portuguesas Vera Cortês, Francisco Fino, Madragoa e Cristina Guerra Contemporary Art.

Neste núcleo estarão ainda projetos a solo de artistas como Diogo Pimentão, Miki Leal, Andrei Ibarra, Amélie Esterházy, Sonia Navarro, Justin Weiler e Manuel M. Romero, entre outros.

O setor comissariado "As Formas do Oceano" irá reunir cinco galerias: African Arty (Marrocos), Afronova (África do Sul), Christophe Person (França), Karla Osorio (Brasil) e Reiners Contemporary Art (Espanha).

O programa desta oitava edição da ARCOlisboa inclui ainda visitas a museus e a galerias de arte, lançamentos de livros, conversas e debates.

A inauguração oficial da ARCOlisboa está prevista para as 16:30, na Cordoaria Nacional, com a presença da ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, e do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que farão uma visita à feira com os convidados.

Leia Também: Galeristas da ARCOlisboa apostam na qualidade para captar novos públicos

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