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Eurovisão pronuncia-se sobre polémica com Israel: "Inaceitável e injusto"

A União Europeia de Radiodifusão apelou aos fãs do festival "para que se envolvam num diálogo respeitoso e construtivo e apoiem os artistas", opondo-se "firmemente a qualquer forma de abuso em linha, discurso de ódio ou assédio".

Eurovisão pronuncia-se sobre polémica com Israel: "Inaceitável e injusto"

A União Europeia de Radiodifusão (EUR) emitiu, esta terça-feira, um comunicado sobre a participação de Israel no Festival Eurovisão da Canção, reconhecendo que, apesar da "dor inquestionável sofrida por aqueles que vivem em Israel e em Gaza", é "inaceitável e totalmente injusto" que a representante israelita no certame, Eden Golan, seja vítima de "discurso de ódio e assédio".

"A União Europeia de Radiodifusão reconhece a profundidade dos sentimentos e as fortes opiniões que o Festival Eurovisão da Canção deste ano - que teve como pano de fundo uma terrível guerra no Médio Oriente - provocou. Compreendemos que as pessoas queiram participar no debate e exprimir as suas opiniões mais profundas sobre este assunto. Todos nós fomos afetados pelas imagens, histórias e pela dor inquestionável sofrida por aqueles que vivem em Israel e em Gaza", lê-se num comunicado assinado pelo diretor-executivo adjunto da UER, Jean Philip De Tender. 

Na nota, frisa-se ainda que a "decisão de incluir qualquer emissora" no festival, incluindo a israelita Kan, é "da exclusiva responsabilidade dos órgãos diretivos da UER e não dos artistas individuais"

"Estes artistas vêm à Eurovisão para partilhar a sua música, a sua cultura e a mensagem universal de unidade através da linguagem da música", sublinha a UER, lembrando que "já explicou anteriormente o motivo da inclusão da KAN" e as "diferenças" entre a emissora israelita e outras que foram "excluídas", como é o caso, por exemplo, da Rússia.

Em dezembro do ano passado, num esclarecimento, enviado ao jornal belga Het Laatste Nieuws (HLN), a organização defendeu que "o Festival Eurovisão da Canção é um concurso para as emissoras públicas de toda a Europa e do Médio Oriente". 

"É um concurso para as emissoras - não para governos - e a emissora pública israelita participa no concurso há 50 anos", reiterou.

Questionada sobre o facto de a Rússia ter sido expulsa do festival, em 2022, após a invasão da Ucrânia, a UER explicou que o país liderado por Vladimir Putin violou as suas "obrigações" enquanto membro e violou "os valores dos meios de comunicação social públicos".

Nesta linha, a organização do evento afirmou, que, apesar de apoiar "firmemente a liberdade de expressão e o direito de expressar opiniões numa sociedade democrática", opõe-se "firmemente a qualquer forma de abuso em linha, discurso de ódio ou assédio" dirigido aos artistas

"Isto é inaceitável e totalmente injusto, uma vez que os artistas não têm qualquer papel nesta decisão", frisou. 

"Apelamos a todos para que se envolvam num diálogo respeitoso e construtivo e apoiem os artistas que estão a trabalhar incansavelmente - naquele que é um espetáculo de música e entretenimento - para partilhar a sua música com o mundo", acrescentou. 

Israel, recorde-se, estreou-se no festival europeu em 1973, uma vez que, segundo as normas do concurso, todos os membros ativos da União Europeia da Radiodifusão - ou seja, que façam parte da Área Europeia de Radiodifusão e que pertençam ao Conselho da Europa - podem participar.

A 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção realiza-se entre os dias 7 e 11 de maio, em Malmo, na Suécia. A israelita Eden Golan sobe ao palco na segunda semifinal, marcada para o dia 9 de maio, com o tema 'Hurricane'.

Antes de 'Hurricane', a emissora israelita Kan tinha apresentado o tema 'October Rain', que não foi aceite pela UER, por fazer referência ao brutal ataque do Hamas em solo israelita em 7 de outubro.

Leia Também: Iolanda e outros artistas da Eurovisão apelam à paz em Gaza

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