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Cantor palestiniano é o preferido para representar Islândia na Eurovisão

O tema de Bashar Murad, que nasceu e vive em Jerusalém, intitula-se 'Wild West' e "conta a história de desafiar os limites e perseguir os sonhos contra todas as probabilidades".

Cantor palestiniano é o preferido para representar Islândia na Eurovisão

O cantor palestiniano Bashar Murad encontra-se na corrida para representar a Islândia na 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção, que se realiza em Malmo, na Suécia. A Islândia, sublinhe-se, tem sido dos países mais críticos em relação à participação de Israel no concurso devido à atual ofensiva na Faixa de Gaza.

Segundo a Reuters, o artista pretende levar uma voz palestiniana à Eurovisão, que anualmente junta milhões de telespetadores.

"Queria ilustrar quantos obstáculos, como palestinianos, temos de passar para sermos ouvidos. Somos excluídos de todas as plataformas convencionais", disse Murad à agência de notícias.

No entanto, a Eurovisão assume-se como um "evento não político" e pode mesmo desqualificar os países - ou canções - que violem esta regra. A participação de Israel, inclusive, está a ser "analisada" após ter sido noticiado que a letra da música 'October Rain' [Chuva de Outubro, em português] contém versos alusivos ao ataque do Hamas, de 7 de outubro.

"Toda a gente tem teorias sobre a minha participação. E toda a gente está a politizar a minha existência quando, na verdade, sou apenas um ser humano que teve um sonho e se candidatou a este concurso de forma justa", justificou Murad.

Segundo as normas da estação estatal islandesa RÚV, os cantores de qualquer nacionalidade podem participar no Söngvakeppnin -  a final nacional do país, equivalente ao Festival da Canção - se cantarem a canção em islandês na primeira semifinal do evento. Algo que para Murad, que nasceu e vive em Jerusalém, não foi fácil, mas acabou por conseguir encontrar algumas semelhanças com o árabe.

A música que irá apresentar a concurso, no próximo sábado, foi escrita em colaboração com o cantor Einar Stefansson, da banda islandesa Hatari, que, em 2019, foi alvo de polémica por levantar uma faixa com bandeiras da Palestina na Eurovisão.

Notícias ao Minuto Hatari mostram bandeira da Palestina durante as votações da Eurovisão© Reprodução/X

O tema intitula-se 'Wild West' e "conta a história de desafiar os limites e perseguir os sonhos contra todas as probabilidades".

Segundo o site Eurovisionworld, que agrega as principais casas de apostas, Bashar Murad é apontado como o preferido para ganhar o concurso islandês, com uma probabilidade de vitória de 50%. No total, são cinco os temas em competição.

A participação de Israel na Eurovisão, que este ano decorre entre os dias 7 e 11 de maio, tem sido alvo de críticas, com vários artistas europeus a pedir a expulsão do país do Médio Oriente - algo que a organização do evento se tem recusado a fazer - devido à corrente ofensiva na Faixa de Gaza. 

Face às críticas e à posição dos artistas islandeses, a RÚV decidiu adiar a decisão acerca da sua participação - que já estava confirmada - e anunciou que a mesma será tomada de acordo com a vontade do vencedor do Söngvakeppnin.

Após o anúncio de que Israel iria participar no certame, a União Europeia de Radiodifusão (UER) defendeu que "o Festival Eurovisão da Canção é um concurso para as emissoras públicas de toda a Europa e do Médio Oriente". "É um concurso para as emissoras - não para governos - e a emissora pública israelita participa no concurso há 50 anos", reiterou.

O país do Médio Oriente, recorde-se, estreou-se no festival europeu em 1973, uma vez que, segundo as normas do concurso, todos os membros ativos da União Europeia da Radiodifusão - ou seja, que façam parte da Área Europeia de Radiodifusão e que pertençam ao Conselho da Europa - podem participar. Desde então, já venceu quatro vezes: em 1978, 1979, 1998 e 2018.

Leia Também: "Tentam expulsar-nos". Presidente de Israel reage a polémica da Eurovisão

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