Museu dos EUA devolve arte saqueada ao Gana para o Jubileu de Prata real

O Museu Fowler da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos da América, devolveu hoje em definitivo sete objetos reais ao rei Ashanti, do Gana, Otumfuo Osei Tutu II, no âmbito das celebrações do seu Jubileu de Prata.

Museu Fowler, Gana
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© Getty Images

Lusa
08/02/2024 19:40 ‧ 08/02/2024 por Lusa

Cultura

Museu Fowler

A restituição surgiu numa altura em que aumenta a pressão internacional para que os museus e instituições europeias e americanas devolvam aos Estados africanos peças de arte saqueadas pelas antigas potências coloniais.

Os tesouros, que incluem joias de ouro, uma cadeira ornamental e um chicote com cauda de elefante, foram apresentados numa celebração no palácio Manhyia, na cidade de Kumasi, na região de Ashanti (sul do Gana).

Otumfuo Osei Tutu II disse que esperava que a devolução dos artefactos unisse o povo Ashanti, um dos principais grupos étnicos do Gana.

"Esta devolução confirma o que aconteceu há tantos anos, quando os britânicos nos atacaram e se apoderaram dos nossos tesouros (...) Permaneçamos unidos para trazer paz e desenvolvimento ao reino", disse o rei, que está a celebrar 25 anos no trono.

O conselheiro do rei, Ivor Agyeman Duah, sublinhou a importância cultural e histórica destas peças.

"Estes artefactos devolvidos não são meros objetos, são símbolos sagrados da nossa história, personificando a resiliência e a riqueza da cultura Ashanti. A sua devolução significa um momento crucial de reconciliação e orgulho para o nosso reino", declarou Duah à agência noticiosa France-Presse (AFP).

O evento, que se realizou na véspera do 150.º aniversário da Guerra Anglo-Ashanti de 1874, reuniu um vasto leque de participantes, desde chefes tradicionais a políticos, clérigos e diplomatas, todos vestidos de vermelho e preto, simbolizando o estado de luto.

Os bens devolvidos fazem parte da coleção do Museu Fowler desde 1965 e serão expostos no Palácio Manhyia.

Ao contrário de outras instituições, o museu não impôs quaisquer condições aos objetos devolvidos, deixando ao critério dos destinatários a sua futura utilização, seja como peças de museu, tesouros do palácio ou para celebrações públicas.

Este é um momento especial para o povo Ashanti, porque reforça a sua ligação com os antepassados", afirmou à AFP o historiador ganês Osei-Bonsu Safo-Kantanka.

No passado dia 25 de janeiro, o Museu Britânico e o Museu Victoria and Albert, em Londres, anunciaram que emprestariam, durante seis anos, as peças de ouro e prata saqueadas do reino Ashanti que se encontram no seu acervo.

Leia Também: Museu de Arte Contemporânea Armando Martins adiado para o final do ano

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