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"O concerto vai ser um túnel do tempo". TAXI atuam 6.ª-feira no Capitólio

Os TAXI vão dar um concerto único no Capitólio, em Lisboa, já na próxima sexta-feira, dia 2 de junho. Ao Notícias ao Minuto, afirmaram que a maior surpresa do espetáculo é "não ter convidados" e estão prontos para "divertir as pessoas", no mesmo dia em que um novo single - 'Nunca Mais' - é lançado para o mundo.

"O concerto vai ser um túnel do tempo". TAXI atuam 6.ª-feira no Capitólio
Notícias ao Minuto

09:15 - 01/06/23 por Daniela Carrilho

Cultura táxi

Naturais do Porto, os TAXI, uma das bandas mais icónicas da música portuguesa, estão prontos para celebrar os êxitos que têm marcado várias gerações, desde os anos 80, num concerto único em Lisboa. O Capitólio abre as portas na próxima sexta-feira, dia 2 de junho, para fazer soar, a partir das 21h30, canções emblemáticas como 'Chiclete', 'T.V.W.C', 'Vida de Cão', 'Cairo' e tantas outras que fazem parte do imaginário de milhares de portugueses, prometendo ser um espetáculo "absolutamente imperdível".

No mesmo dia sairá um novo single - 'Nunca Mais' - trabalho que é "muito especial", antevendo já a chegada de um novo álbum de originais, conforme contou o vocalista João Grande, em representação da banda, em entrevista ao Notícias ao Minuto.

Os TAXI editaram o primeiro disco em 1981, um registo que se tornou no primeiro álbum de ouro do rock português. Seguiram-se mais cinco discos, sendo o último lançado em 2007, seguindo-se um percurso "de muitos altos e baixos", que culmina agora num 'regresso' muito ansiado com "um verão cheio de concertos pelo país fora", cujas datas vão ser divulgadas em breve nas redes sociais do grupo.

Além de João, a banda é atualmente constituída por Rui Taborda (baixo), Jorge Loura (guitarra), Nelson Funky (guitarra) e Hugo Drums (bateria).

Essencialmente, o concerto é para divertir as pessoas e nos divertir a nós. É isso que se espera. Vai ser um túnel do tempo

Depois da pandemia, temos dado vários concertos, mas o que de facto faz movimentar um pouco mais, é vir tocar à capital, a verdade é essa. Já não vínhamos aqui há bastante tempo, tínhamos muitas solicitações, de maneira que, como sabe, vindo aqui há logo outro movimento. Portanto, juntou-se o útil ao agradável, e aproveitámos para lançar no mesmo dia o single 'Nunca Mais'. É o dois em um: o concerto no Capitólio, na sexta-feira, dia 2 de junho, e o lançamento do single. Vai ser muito bom!

O que podemos esperar? Há convidados e/ou outras surpresas?

Não há convidados [risos]. Hoje em dia um concerto sem convidados é uma grande surpresa, nem Miguel Araújo, nem nada... Somos autossuficientes, fomos buscar músicas ao baú, que não tocávamos há bastante tempo, vai ser um concerto um bocadinho mais comprido, quisemos percorrer toda a carreira e vamos tocar temas novos, não muitos, porque isso é sempre uma seca para as pessoas. É curioso que o Robbie Williams, sempre que toca um tema novo, pede desculpa, porque as pessoas quando vão a um concerto querem-se divertir, e não se divertem ouvindo músicas novas, músicas que ninguém conhece, de maneira que nós evitamos ao máximo que as pessoas se aborreçam. Essencialmente, o concerto é para divertir as pessoas e nos divertir a nós. É isso que se espera. Vai ser um túnel do tempo, ou seja, as pessoas vão ouvir todas aquelas suas memórias, mas também a atualidade através das músicas novas.

Vai ser um reviver de todo o vosso percurso…

Não gosto muito dessa palavra [risos], mas, claro, não renego minimamente essas músicas, até porque adoro cantá-las e é sempre com prazer redobrado que as canto, mas não é com o intuito de reviver. De alguma maneira tento cantá-las sempre como se fosse a primeira vez. Gosto muito, muito de cantar e gosto muito das músicas que fiz, e fizemos, até hoje. Até porque temos de ter cuidado, porque há muita gente que nos conhece, principalmente a geração mais nova, que ultimamente tem aparecido nos concertos, que conhece as músicas todas, conhece as letras todas, mas temos de ter sempre essa atenção de que muita gente nos vai ouvir pela primeira vez, de maneira que é sempre uma emoção muito grande, quer para elas, quer para nós, que lhe estamos a mostrar o que temos de melhor pela primeira vez.

Nós temos de ter muito cuidado com as músicas que fazemos e como tocamos, porque sabemos que as pessoas nos conhecem há muito tempo, têm grandes expectativas em relação àquilo que vão ouvir e estão muito de olho naquilo que fazemos 

Falava-me do novo single, o 'Nunca Mais', qual a história que está por trás desta canção?

A história é o velho tema… Nós, no fundo, somos uns românticos. Partiu tudo de uma frase 'nunca mais vou pensar em ti', fala sobre uma separação, não tem nada de rebuscado, é o dia a dia. A música foi construída à volta do refrão, que foi o que 'saiu' primeiro e, pessoalmente, gosto muito. Quando acabo de gravar, ou de compor, fico um bocado farto das músicas, mas estranhamente com esta não aconteceu. Estou apaixonado pela música, é muito especial e espero mesmo que as pessoas também tenham esse sentimento em relação a ela.

O que vem a seguir ao concerto do Capitólio? Prontos para ir 'estrada fora' numa digressão dos TAXI?

Vamos ter um verão enorme cheio de concertos pelo país fora -inclusive nas ilhas Açores e Madeira. Vai ser um ano absolutamente espetacular. Temos mesmo muitos concertos já programados e, inclusive, já várias pessoas nos perguntaram quando atuamos no Porto, somos da casa, andamos por todo o lado e não vamos ao Porto, mas lá estaremos, salvo erro, em outubro, no Pavilhão Rosa Mota. Também está previsto, até perto do final do ano, lançar um novo single. Em relação ao álbum, ou será no final deste ano ou no princípio do próximo. 

Este novo álbum terá novas sonoridades ou vão manter-se fiéis ao vosso registo?

Depois de 40 anos não poderíamos ter a mesma sonoridade. Ou seja, a voz é a minha, é a mesma, o Rui Taborda é o que toca os instrumentos todos, mas, acima de tudo, continuamos com um grande respeito pelo passado dos TAXI. Nós temos de ter muito cuidado com as músicas que fazemos e como tocamos, porque sabemos que as pessoas nos conhecem há muito tempo, têm grandes expectativas em relação àquilo que vão ouvir e estão muito de olho naquilo que fazemos. Por isso, tentamos, ao fim ao cabo, atualizar, dentro do mesmo tipo de música, o nosso som.

Não foi de facto um trajeto com muita uniformidade, tivemos muitos altos e baixos, mas é o que é. O que é certo é que ainda estamos aqui, estamos muito entusiasmados, principalmente com o verão que vem aí  

Os TAXI marcaram várias gerações, desde os anos 80, e são considerados uma das bandas mais icónicas da música portuguesa. Como visualizam o vosso percurso até aqui?

Foi com muitos altos e baixos, tivemos vários problemas internos - que são comuns à maior parte das bandas - e, por isso, tivemos bastantes momentos de inatividade. Nos últimos tempos retomamos, mesmo antes da pandemia, que foi quando começamos a compor outra vez e com mais concertos. Depois veio a pandemia e tivemos de parar, mas agora estamos a todo o gás. Começamos a compor coisas novas e estamos 'mortinhos' por apresentá-las. Não foi de facto um trajeto com muita uniformidade, tivemos muitos altos e baixos, mas é o que é. O que é certo é que ainda estamos aqui, estamos muito entusiasmados, principalmente com o verão que vem aí, e com grande curiosidade de saber o que o futuro nos reserva, isso é o mais importante.

Entre tantos sucessos, qual das vossas músicas é a mais emblemática da banda?

Aquela que as pessoas conhecem mais, que é incontornável, é o 'Chiclete', já se sabe, nem vale a pena [risos]. O 'Chiclete' foi uma coisa… Muitas vezes questionava-me que quando algum artista, mesmo estrangeiro, tinha uma música com muito sucesso, se teria ideia do sucesso que iria ter quando a estava a gravar... Isto para dizer que, quando estava dentro da cabine a cantar o 'Chiclete' - e estavam os meus colegas todos cá fora a saltar - tinha a noção absoluta que aquilo ia ser um estouro, ia ser um sucesso absoluto! Podia não ser, uma pessoa nunca sabe, mas é quando se tem muita certeza da forma como o público vai reagir. Com o 'Chiclete' aconteceu, tínhamos praticamente a certeza que ia ser uma música icónica e um clássico, como é até hoje!

Mas felizmente há muitas outras músicas, temos o 'Cairo' que, desde há uns anos, usamos como música de abertura dos concertos, porque não falha mesmo. Se começarmos a pensar, temos muitas músicas conhecidas. Mais: as pessoas que vêm aos nossos concertos, que pensam que só conhecem duas ou três músicas, conhecem praticamente 90%, muitas já nem se lembram ou nem sabiam que eram nossas, o que é muito bom.

Agora, se me pergunta a mim pessoalmente, as minhas músicas favoritas são o 'Sozinho', 'T.V.W.C.' e 'O Fio da Navalha'.

A música é das armas mais poderosas que existem, vai a sítios onde, muitas vezes, já ninguém consegue ir

Em 2022, lançaram um novo single de apoio à Ucrânia e ao povo ucraniano.

Exatamente, também vamos tocar esse single no dia 2, no Capitólio, temos tocado sempre desde então. É curioso, mesmo tocando na rádio, há muita gente que não conhece, mas é muito fácil de cantar e tem tido uma grande, grande adesão. Um dos grandes momentos dos concertos é as pessoas cantarem essa música de apoio ao povo da Ucrânia, que é a 'Glory to Ucraine'.

A música pode ter o poder de salvar, de libertar, de ajudar uma nação…

A música é das armas mais poderosas que existem, sem sombra de dúvidas, vai a sítios onde, muitas vezes, já ninguém consegue ir. E não precisa de ir lá ninguém, efetivamente, vai pelas ondas… 

Para terminar, podem deixar uma mensagem - e um convite - para os leitores do Notícias ao Minuto irem ter convosco até ao Capitólio, em Lisboa, já na sexta-feira (dia 2 de junho).

Então, tenho-vos a dizer que, por agora, há este concerto e os bilhetes estão praticamente esgotados. Acho que vai ser uma noite absolutamente imperdível. E não se esqueçam, nós não temos convidados, somos só nós, melhor que isso é impossível, não há dispersão, somos 'the real thing', enchemos o palco!

Os bilhetes têm um custo de 30 euros e pode adquirir o seu, aqui.

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