O espólio é constituído por cerca de 1.300 documentos, entre "manuscritos, 19 inéditos entretanto descobertos, como a canção 'A Vindima', que estava por trás da última página da partitura da 'Petite Suite', 15 peças para piano e três para coro", disse à Lusa Eduardo Fragoso, presidente da associação.
O responsável afirmou que há também escritos literários nunca publicados, além de livros, correspondência, fotografias, discos, DVD e gravações da ex-Emissora Nacional, entre outros documentos.
A preocupação da associação centra-se na preservação destes materiais, "já que muitos estão escritos a lápis e a perder a cor, outros são os próprios papéis que se deterioram, e a associação não tem meios para os preservar da melhor forma".
O compositor e musicólogo Alexandre Delgado, responsável pela revisão e fixação do texto musical, salientou à Lusa que a obra deixada por António Fragoso, falecido aos 21 anos, em 1917, vítima da pneumónica, "é muito refrescante, tanto mais que impressionistas em Portugal, naquela época, contam-se pelos dedos, e o impressionismo chegou muito tarde [ao país]".
A cerimónia conta com a presença do reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, e inclui a interpretação, por três pianistas, de obras de António Fragoso.
Margarida Pratas interpretará três Mazurcas inéditas e a "Petite Suite", Manuel Araújo, os dois Noturnos, e "a surpresa do dia, que é o jovem Pedro Afonso Ribeiro, de 11 anos, de Mangualde, um talento nato, irá interpretar, pela primeira vez em público, o Prelúdio n.º 6", disse à Lusa Eduardo Fragoso.