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Cinanima será "histórico" por ter duas longas-metragens portuguesas

O Cinanima -- Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho anunciou hoje que, pela primeira vez em 46 anos de certame, a edição que decorre de 07 a 13 de novembro vai ter duas longas-metragens portuguesas em competição.

Cinanima será "histórico" por ter duas longas-metragens portuguesas
Notícias ao Minuto

14:35 - 13/10/22 por Lusa

Cultura Cinanima

Como revelou à Lusa o coordenador de programação desse evento do distrito de Aveiro, os filmes em causa são "Os Demónios do Meu Avô", uma obra de 85 minutos do realizador Nuno Beato, e "Nayola", fita de 83 minutos dirigida por José Miguel Ribeiro, que em 2000 ganhou o Cartoon D'Or pela 'curta' "A suspeita".

"É um destaque histórico e inédito, este facto de termos duas longas-metragens portuguesas na competição deste ano", declarou Johnny Malta Marques, defendendo que a inclusão dessas duas obras entre os 107 filmes selecionados para o festival entre 3.400 candidaturas reflete a boa forma da animação portuguesa, "que tem arrecadado diversos prémios a nível global".

Como concorrentes, as duas longas portuguesas irão enfrentar: "Dúzias de Nortes", do japonês Koji Yamamura, "Proibidos cães e italianos", do italiano Alain Ughetto, e "Para o lado brilhante", dos realizadores chineses Xiya Lan, Nianze Li, Yi Zhao, Gaoxiang Liu, Maoning Liu e Chen Chen.

A avaliação desses cinco filmes estará a cargo de um júri constituído por três especialistas: a britânica Birgitta Hosea, diretora do Centro de Pesquisa em Animação e professora de Imagem em Movimento na Universidade para as Artes Criativas de Farnham; o angolano Paulo Patrício, que, segundo a direção do Cinanima, "divide a sua atividade entre direção de arte, desenho gráfico, performance ao vivo, ilustração, desenho e realização de cinema de animação"; e o espanhol Sam Ortí, que há 25 anos realiza filmes de animação especializados na técnica 'stop-motion'.

Já no que se refere às restantes obras portuguesas a concurso, serão 31 curtas-metragens distribuídas por três categorias. A mais relevante é o Prémio António Gaio, destinado à melhor curta-metragem nacional por realizadores com mais de 30 anos, mas o festival também atribuirá o Prémio Jovem Cineasta Português para Crianças e Jovens, que distingue obras dirigidas por realizadores com menos de 18 anos de idade, e o Prémio Jovem Cineasta Português para Realizadores Adultos, vocacionado para cineastas dos 18 aos 30 anos.

Nesses três casos, a avaliação dos filmes caberá a um júri lusófono: Carlos de Carvalho, diretor de Arte e de Estudos de Animação na escola francesa Pôle 3D; Cátia Peres, realizadora de animação, investigadora na mesma área e docente da Licenciatura de Imagem Animada na Universidade do Algarve; e Paulo Bénard Guedes, diretor dos canais de televisão Hollywood e Blast.

Além das 31 'curtas' e duas 'longas' portuguesas, a edição de 2022 do Cinanima terá a concurso mais 74 filmes de diferentes durações, ficando o cartaz não-competitivo reservado para propostas como uma retrospetiva sobre o realizador polaco Piotr Kamler, uma mostra de filmes da escola Pôle 3D, outra com as melhores obras do festival austríaco "Tricky Women" e ainda o programa "How queerfull!", sobre a comunidade das minorias sexuais e de género, que Johhny Malta Marques diz "ainda sub-representada no universo da animação".

Com essas escolhas, esse responsável quer proporcionar ao público "programas especiais sobre alguns dos temas mais relevantes da atualidade" e demonstrar como "o cinema de animação reflete a sociedade existente".

A nível estritamente técnico, as propostas do Cinanima 2022 permitirão ainda antecipar o futuro deste subgénero específico de cinema, na medida em que evidenciam o crescente recurso a tecnologias como "a realidade aumentada ou virtual, a holografia e a animação expandida".

Leia Também: Cinanima vai ter 107 filmes em competição e retrospetiva de Piotr Kamler

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