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FMM Sines. Tradição e modernidade com um pé português e outro catalão

A voz da cantora portuguesa Lina entrelaçou-se com o piano, sintetizadores e "samplers" do produtor e músico catalão Raül Refree, no duo Lina_Raül_Refree, na abertura do Festival Músicas do Mundo (FMM), em Porto Covo.

FMM Sines. Tradição e modernidade com um pé português e outro catalão
Notícias ao Minuto

23:46 - 22/07/22 por Lusa

Cultura Sines

O disco homónimo do projeto teve lançamento global na Glitterbeat Records, valeu-lhes a vitória na primeira edição do Prémio Carlos do Carmo e está a levá-los a palcos de todo o mundo.

Ambos assumem que gostam muito do FMM por representar "uma visão muito aberta da música tradicional", a mesma visão que admitem ter.

O concerto esteve previsto para 2020, mas a pandemia da covid-19 trocou-lhes as voltas. "Quando acabamos por fazer os concertos têm uma carga diferente, em consequência do momento socialmente muito negativo que o mundo viveu", assume Raül Refree em entrevista à Lusa.

"Foi um momento muito difícil para todos, não diria apenas pela cultura ou pela música, mas por tudo, por todos", afirma o músico.

Há também pessoas que perderam "muito trabalho e muito dinheiro" por causa da pandemia. Portanto, para Raül, é uma celebração poder tocar num festival o FMM.

Quando questionado pelo instrumento preferido nos muitos que dispõe, o produtor de artistas como Sílvia Pérez Cruz, Lee Ranaldo ou Rosalía afirma que é algo em constante mutação. Hoje poderá preferir o sampler ou o sintetizador, mas amanhã poderá gostar mais do piano. No fim de contas, "penso que sou uma pessoa diferente todos os dias".

Sobre um novo álbum de originais, Lina responde que gostaria muito e acredita que o Raül também, assumindo que as conversações estão abertas sobre o futuro.

Embora hoje estejam focados no FMM Sines, em cantar e falar, "que também é poesia". "Estamos muito felizes".

"Todos temos a liberdade de poder criar em volta do que é tradição, e trazer estas novas sonoridades e perceber que há um caminho a percorrer, e que pode ser bastante sensível ao ouvido e às emoções. Penso que a emoção é o que transporta a música e que nos leva a fazer algo distinto e livre", remata Lina.

O Festival Músicas do Mundo (FMM) regressou esta sexta-feira ao concelho de Sines, onde vai decorrer até 30 de julho, depois de uma pausa de dois anos, com uma programação que inclui 47 concertos de artistas de quatro continentes.

Ava Rocha, Bia Ferreira, Letrux, Marina Sena (Brasil), Ana Tijoux, Pascuala Ilabaca (Chile), Queen Ifrica (Jamaica), Omara Portuondo, Daymé Arocena (Cuba), Dominique Fils-Aimé (Quebeque), Aline Frazão, Dulce Pontes e Sara Correia (Portugal) são algumas das artistas que se encontram no cartaz do 22.º FMM, adiado para este ano devido à pandemia da covid-19.

Seun Kuti & Egypt 80, Etuk Ubong (Nigéria), James BKS (Camarões), Re:Imaginar Monte Cara (Cabo Verde), Club Makumba, Fado Bicha, Paulo Bragança, Pedro Mafama (Portugal), Albert Pla, Angélica Salvi e Baiuca (Espanha) estão também entre os artistas confirmados este ano.

À semelhança de edições anteriores, a programação reparte-se entre a aldeia de Porto Covo, entre esta sexta-feira e domingo, e a cidade de Sines, de 25 a 30 de julho.

Além dos concertos, a programação do festival inclui uma série de iniciativas paralelas, como exposições, 'workshops', visitas guiadas, animação de rua, uma feira do livro e do disco e debates.

O programa completo do 22.º FMM pode ser consultado no 'site' oficial do festival, em www.fmmsines.pt.

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