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Debates parlamentares em banda desenhada estão de volta

O que devem vestir os deputados na vinda do rei às Cortes, o direito da mulher ao voto ou a política ultramarina do Estado Novo são alguns dos temas de uma série em banda desenhada lançada hoje pelo parlamento.

Debates parlamentares em banda desenhada estão de volta
Notícias ao Minuto

06:10 - 25/11/21 por Lusa

Cultura Parlamento

Um conjunto de nove debates parlamentares, selecionados entre 1821 e 2001, começam hoje a ser lançados no "site" e nas redes sociais da Assembleia da República, retratando em banda desenhada episódios divertidos ou mais acesos entre deputados.

Esta é a segunda temporada da série 'Fora da Lei', publicada pela primeira vez em fevereiro, que "tem como objetivo dar a conhecer a dinâmica das intervenções parlamentares, incluindo os apartes e as especificidades características de cada época", numa lógica de aproximação do parlamento aos cidadãos, de acordo com uma nota do gabinete de comunicação deste órgão.

Nesta temporada estão incluídas ilustrações e intervenções de deputados como Manuel Alegre, Odete Santos, Natália Correia, Maria Leonor Beleza, António Arnaut, Francisco Sousa Tavares e Mota Amaral - este último nas qualidades de deputado (1974) e de presidente da Assembleia da República (2001).

O primeiro episódio remonta a 1821, altura em que os deputados se dedicaram à elaboração da primeira Constituição portuguesa, mas também de outras questões "como a elaboração de um regimento, a contratação de taquígrafos ou a fixação de salários e ajudas de custo" ou ainda a forma como se deveriam vestir no dia da vinda do rei às Cortes.

O ano é 1912, e na Sala do Senado discute-se o Código Eleitoral. O senador José de Castro intervém sobre o direito ao voto da mulher, com frases como "a mulher portuguesa não está suficientemente educada para ter o direito ao voto" ou ainda "a mulher é igual ao homem? Não é, nem debaixo do ponto de vista fisiológico, nem debaixo do ponto de vista intelectual", entre outras.

Este é mais um dos episódios retratados na banda desenhada, mas não só: também a discussão da política ultramarina do Estado Novo em 1974, com uma intervenção do deputado Mota Amaral que provoca "maior agitação" ou um debate em 1976, em que é abordada a possibilidade de cada partido usar da palavra durante a cerimónia de tomada de posse do Presidente da República, altura em que os deputados se desentendem e ouvem-se frases como "Vai chamar fascista ao Otelo".

Já em 1991, a deputada Leonor Beleza (PSD) termina a sua declaração política e a escritora e poetisa Natália Correia (PRD - Partido Renovador Democrático) pede a palavra para um pedido de esclarecimento, mas esquece-se de carregar no botão do microfone, o que dá origem a frases como "Aí é que é: é no esquecer do 'botão' que está a nossa diferença, minha querida companheira, senhora deputada Maria Leonor Beleza! Preocupa-se excessivamente com o 'botão'" ou "Senhora Presidente, se lhe dá prazer que eu utilize essa figura regimental, também me dará prazer a mim".

A série será lançada todas as terças e quintas-feiras no "site" do parlamento e nas redes sociais (Facebook, Instagram e Linkedin).

Nos últimos anos, o parlamento tem vindo a produzir conteúdos mais elaborados para a sua página na Internet, por exemplo, com recurso a vídeos e gráficos que já abordaram temas como os Orçamentos do Estado ou dossiês como a lei da eutanásia.

Leia Também: UNITA aponta violação da lei do registo eleitoral oficioso angolano

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