A BBC adianta que duas das maiores livrarias israelitas vão deixar de vender os livros de Sally Rooney, isto depois da escritora irlandesa ter recusado no mês passado que o seu livro mais recente ‘Beautiful World, Where Are You’ fosse traduzido para hebreu.
A decisão de Rooney foi elogiada mas também foi muito criticada em Israel.
Esta quinta-feira, as livrarias Steimatzky e Tzomet Sefarim afirmaram que vão retirar as obras da escritora irlandesa das suas lojas e dos seus sites. Estas duas empresas têm mais de 200 lojas em Israel.
Esta foi a primeira ação de livrarias israelitas desde que Sally Rooney rejeitou a proposta da editora Modan para que o seu novo livro fosse traduzido para hebreu.
Na altura, a sua decisão foi criticada pelo ministro da Diáspora de Israel. Nachman Shai considerou que o “boicote cultural de Israel é antissemitismo disfarçado”.
No mês passado, Sally Rooney ressalvou que estava “muito orgulhosa” por as suas obras anteriores terem sido traduzidas para hebreu, mas que escolheu “não vender os direitos de tradução a uma editora baseada em Israel”.
“No início deste ano, o grupo internacional Human Rights Watch publicou um relatório intitulado ‘A Threshold Crossed: Israeli Authorities and the Crimes of Apartheid and Persecution’. Esse relatório, que surgiu logo a seguir a um relatório condenatório semelhante por parte da organização de direitos humanos mais proeminente de Israel, a B’Tselem, confirmou o que os grupos palestinianos de direitos humanos dizem há muito tempo: o sistema de dominação racial e segregação de Israel contra os palestinianos assenta na definição de apartheid sob a lei internacional”, referiu a escritora, justificando desta forma a sua decisão.
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