À entrada da vila romântica, apelidada de "Jardim do Éden" pelo escritor inglês Lord Byron, devido à sua verdejante paisagem, existe há 13 anos um jardim de pequenas árvores que resultam de uma técnica descoberta pelos chineses, mas que com o passar dos anos foi aperfeiçoada por japoneses.
No Museu do Bonsai, o verde do jardim confunde-se com o da serra de Sintra e apenas a diferença de tamanhos entre as árvores faz o visitante perceber que está num espaço tipicamente oriental.
É nesse jardim que ao som da água que corre nos riachos se encontram em exposição pinheiros, sequóias, macieiras, laranjeiras, figueiras ou oliveiras em ponto pequeno se encontram. E quase todas elas dão frutos.
Com muitas de horas da sua vida dedicadas aos pequenos detalhes que fazem do bonsai também uma arte de meditação, o proprietário do museu, Marco Rodrigues, afirmou à agência Lusa que esta é "uma paixão" e dedicação que surpreende até os turistas que chegam a Sintra vindos do Oriente.
"Muitas vezes quando passam aqui autocarros de turistas, principalmente do Oriente, fazem sempre uma força para parar e ficam maravilhados com a variedade que temos aqui, de bosques e de árvores que eles têm só no oriente", notou o proprietário à Lusa.
Com pequenas árvores que custam desde os 5 euros até aos 75 mil euros, a sustentabilidade económica do museu, cuja entrada é gratuita, depende do hospital para bonsais, da loja, mas também da escola que todos os fins de semana recebe alunos dos mais variados pontos do país.
Segundo Marco Rodrigues, muitos dos visitantes e alunos procuram o museu por ser um espaço de "anti-stress" onde são revelados os segredos e os mitos desta arte secular que, afinal, não faz destas árvores difíceis de cuidar nem de ter em casa.
"O bonsai não tem muitos segredos, mas tem muitos mitos. De facto há mitos que se tornam segredos, mas há muita gente que tem sucesso com bonsais, porque segue os parâmetros da natureza", afirmou.
Para ter sucesso com a técnica do bonsai basta cuidar da pequena árvore como se esta estivesse na natureza, adiantou, portanto "muita luz, água e poda" são importantes para a sobrevivência da espécie dentro de portas.
Marco Rodrigues socorre-se das centenas de bonsais que tem no jardim, para adiantar que estas árvores em miniatura não são tão "sensíveis" como a maior parte das pessoas julgam, uma vez que as que se encontram em exposição estão sujeitas à chuva, à geada e ao calor.
"No fundo, são árvores como as outras", concluiu.