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Maria da Nazaré e António Passão regressam aos discos com CD conjunto

Os fadistas Maria da Nazaré e António Passão, com carreiras de cerca de 50 anos, juntaram-se para gravar um novo álbum, 'Regressos', que põe fim a uma ausência dos estúdios, de mais de duas décadas.

Maria da Nazaré e António Passão regressam aos discos com CD conjunto
Notícias ao Minuto

12:00 - 28/03/19 por Lusa

Cultura Fado

O álbum, editado com o apoio do Museu do Fado, é constituído por 14 temas, refletindo "o quanto a interpretação fadista ganha com o tempo, porque se tem mais vivência e, claro está, técnica também", disse à agência Lusa António Passão, que gravou o seu primeiro disco aos 19 anos.

A este propósito, o fadista citou um dos temas que gravou, 'Para se Cantar Bem o Fado' (Eduardo Damas/Manuel Paião), "no qual se afirma que 'para se cantar bem o fado não é preciso ter voz, basta ter saudade', e elenca um conjunto de outros sentimentos que são a matriz fadista como a ternura, o amor, a nostalgia, e ainda que 'o fado é a vida da gente'".

"As palavras hoje têm uma outra carga, nós compreendemo-las melhor, dizemos de outra forma, muito marcado pela vivência de anos", afirmou.

'Ai, esta Ausência de Mim', de Fernando Campos de Castro, musicado por Pedro Vilar, cantado por Maria da Nazaré, abre o CD, que inclui apenas um dueto, 'Só Nós Dois', de Joaquim Pimentel, último fado do álbum.

Os intérpretes são acompanhados pelos músicos Luís Ribeiro, na guitarra portuguesa, e Jaime Martins, na viola e baixo acústico.

"Confesso", de José Galhardo e Frederico Valério, é um dos temas que António Passão recupera do repertório fadista, "numa homenagem à sua criadora, Amália Rodrigues, e a Tony de Matos", a quem foi "buscar a adaptação da letra", disse o fadista.

Passão, em declarações à agência Lusa, realçou "o esforço de Amália, e como agora se vai tão facilmente a qualquer parte cantar".

O fadista recordou também as suas atuações "com outros meios", na década de 1990, à Alemanha, onde fazia concertos regulares em salas de espetáculo e nas universidades, assim como nos Estados Unidos.

"Felizmente, tudo mudou, e hoje quando perguntamos uns pelos outros, ora estão na Europa, numa digressão, ou pelas Américas", disse.

Dos temas que interpreta, António Passão citou a balada 'Recordação', de Maurício do Vale, tendo ainda gravado 'Vim para o Fado e Fiquei' (Júlio de Sousa), 'Anda Comigo' (João Nobre) ou 'Não se Morre de Saudade' (J. de Sousa/Fado Dois Tons, de Alberto Costa).

Entre as escolhas de Maria da Nazaré, fadista que aos 17 anos fazia já fazia parte do elenco da então Emissora Nacional, estão 'Tu que Andas de Mim Ausente', de Mário Rainho, que interpreta no Fado Menor do Porto, de José J. Cavalheiro, 'Noite Cerrada' (António Freitas/Nóbrega e Sousa), 'Boa Noite Solidão', de Jorge Fernando, que canta no Fado Cravo, de Alfredo Marceneiro, ou 'Rosa Caída' (Joaquim Borges/Joaquim Campos).

António Passão afirmou que o "alinhamento foi acertado pelos dois, tendo em conta os fados que são habituais nos respetivos repertórios, com uma clara acentuação nas melodias tradicionais, como os fados Cravo, Dois Tons, ou de poetas que são do fado".

Sobre Maria da Nazaré, António Passão, qualificou-a como "uma 'senhora fado', uma força viva a cantar o fado", e considera que "as duas vozes se conjugam bem no álbum".

O álbum 'Regressos' é apresentado no dia 10 de abril, no Museu do Fado, em Lisboa, pelos dois intérpretes.

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