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'Paredes com História' transforma Leiria numa galeria a céu aberto

O polaco Bezt, o italiano Zoer e o português Robôt são alguns dos artistas convidados da segunda edição do 'Paredes com História -Arte Pública', evento que vai transformar Leiria numa" galeria de arte urbana a céu aberto".

'Paredes com História' transforma Leiria numa galeria a céu aberto
Notícias ao Minuto

19:40 - 03/09/18 por Lusa

Cultura Arte urbana

Depois de a primeira edição ter deixado Leiria mais colorida pela mão de vários artistas conceituados na arte pública urbana, a organização programou mais seis intervenções, que este ano estarão centradas, sobretudo, na zona do Jardim de Santo Agostinho, perto do centro histórico de Leiria, e que inclui a parede de exercícios dos Bombeiros Municipais.

Entre sábado e 7 de outubro, Bezt, Catarina Glam, Jane & JS, Ricardo Romero, Robôt e Zoer vão pintar paredes, que irão contar uma história.

"Depois destas intervenções, este espaço vai mudar e vai ser realmente uma galeria a céu aberto. Este é um trabalho que fica para o Município. Leiria fica com cerca de 12 intervenções artísticas em fachadas de média e grande dimensão, que poderão depois ser aproveitadas por associações que podem dinamizar atividades aqui", adiantou à agência Lusa o organizador do evento, Ricardo Romero.

"A Catarina Glam é uma artista que trabalha as questões da reciclagem", informou Ricardo Romero, lembrando que as preocupações ambientais estão presentes no "Paredes com História - Arte Pública", daí no ano passado o "convite ter sido feito ao Bordalo II" e este ano existir a colaboração com o Centro de Interpretação Ambiental.

Depois desta edição, "Leiria vai ficar com um conjunto de artistas muito interessantes", o que pode impulsionar o "turismo cultural na área da arte urbana" para esta região. "Vamos ficar aqui com 12 intervenções muito fortes e, sem dúvida, que vai ser um nicho que se abre e que pode dar resposta a um mercado que existe".

Este roteiro que se poderá criar irá "trazer mais público". Além disso, poderá ainda ser criado um "diálogo entre o que foi feito e outras vertentes artísticas, como associar a música às intervenções".

O organizador acrescentou que este ano o evento já vai alargar um pouco as intervenções além do centro histórico, tendo como horizonte futuro "passar pelas freguesias".

"Se houver uma nova edição do Arte Pública, e à partida tudo aponta nesse sentido, a maioria das intervenções poderão ser realizadas nas freguesias do concelho. Poderemos criar um roteiro em termos culturais que una todas estas freguesias através da arte urbana", revelou Ricardo Romero.

Para o organizador, é fundamental dar tempo aos artistas para que "possam sentir" e "desfrutar um bocadinho de Leiria". Só assim, entende Ricardo Romero, os artistas poderão "envolver-se com o espaço" e "sentir-se à vontade para contar um bocadinho daquilo que é a visão e a história deles em relação à cidade".

"Paredes com histórias abre um leque muito variado de interpretações daquilo que é o conceito inicial. Este ano vamos manter mais ou menos a mesma linha. Ou seja, há um diálogo com os artistas, mas existe uma total liberdade", salientou.

Uma das intervenções será o retrato da "história da pastorinha com a cabrita", através da representação de uma menina com um gato aos ombros. "É uma pastorinha contemporânea. São os miúdos que hoje em dia vivem em ambiente urbano e que têm empatia com os animais".

Organizada pela associação Riscas Vadias, em colaboração com o Município de Leiria, a iniciativa procura "criar um evento de arte urbana, que se perpetua ao longo dos anos".

"Muito tem sido feito ao nível da arte urbana em Portugal, mas há o perigo da massificação e da banalização e das pessoas começarem a ver isto como um elemento puramente decorativo. No 'Paredes com História' procuramos combater um bocadinho essa ideia. Estamos a aproveitar esta aceitação da arte pública e da arte urbana para perpetuar a arte, daí o cuidado na escolha dos artistas, pois queremos uma coisa que seja absorvida de forma natural no meio envolvente", explicou.

Do programa previsto faz parte ainda uma exposição de Wasted Rita, uma artista e ilustradora portuguesa, que estará patente entre 14 de setembro e 7 de outubro, na Arquivo Livraria, em Leiria.

De 2 a 4 de outubro realiza-se o congresso "Arte urbana no plural", na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria, que contará com a presença de pesquisadores e investigadores de diferentes áreas académicas.

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