Recarregar um automóvel elétrico é, normalmente, mais barato do que reabastecer um carro de combustão. E a diferença pode acentuar-se no próximo ano em Portugal.
Em comunicado, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) anuncia a proposta de revisão em baixa das tarifas aplicáveis da Entidade Gestora da Rede de Mobilidade Elétrica (EGME).
Nesta proposta, as tarifas para os CEME (Comercializadores de Eletricidade para Mobilidade Elétrica) podem descer 31,9 por cento - tal como as que se aplicam aos Operadores de Pontos de Carregamento. Já as tarifas para os proprietários do mesmo podem baixar 31,5 por cento.
Segundo a ERSE, estas tarifas "contribuem para o preço final pago" pelos condutores dos veículos elétricos quando os carregam "na rede de mobilidade elétrica" - em cerca de três a quatro por cento este ano.
As contas da autoridade estimam que esta variação tarifária pode reduzir 13 cêntimos por cada 100 km no custo de carregamento de automóveis elétricos - por comparação com os valores deste ano.
Mercado liberalizado
Em agosto passado, foi aprovado um decreto-lei que estabelece o novo Regime Jurídico da Mobilidade Elétrica.
A rede de mobilidade elétrica vai deixar de ter uma gestão centralizada, numa tentativa de liberalizar o mercado e promover a concorrência. O período transitório estende-se até ao fim do ano que vem.
Este novo modelo cria a figura dos "prestadores de serviço para a mobilidade elétrica", que podem criar as suas próprias redes sem se ligarem à rede comum.
Espera-se que os preços para os utilizadores possam baixar, para além de passar a ser obrigatório o pagamento com cartão bancário em postos com potências a partir de 50 kW. Para potências inferiores, devem existir meios de pagamento eletrónicos como QR Code.
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