A segurança rodoviária continua a ser um dos maiores desafios das sociedades modernas. Apesar dos avanços na legislação, na fiscalização e na tecnologia automóvel, as estradas mantêm-se como palco de milhares de acidentes todos os anos. Muitos destes sinistros poderiam ser evitados se existisse uma capacidade mais eficaz de antecipar riscos e agir antes que o perigo se concretize. É precisamente neste ponto que a inteligência artificial (IA) começa a assumir um papel determinante.
Na gestão do tráfego, a IA permite criar uma perceção em tempo real de tudo o que acontece nas vias, transformando dados captados por câmaras e sensores em informação útil para prevenir acidentes. Ao identificar padrões de circulação, velocidades excessivas ou comportamentos de risco, estes sistemas possibilitam a intervenção imediata - seja através do ajuste automático de semáforos, da emissão de alertas ou da adoção de medidas que evitem conflitos entre diferentes utilizadores da estrada.
Os maiores beneficiários desta tecnologia são, sem dúvida, os utilizadores vulneráveis: peões, ciclistas e utilizadores de trotinetes. A IA consegue detetar a presença destes grupos, calcular a sua trajetória e avaliar a probabilidade de colisão com veículos motorizados. Esta capacidade de resposta rápida reduz significativamente o risco de atropelamentos e outros acidentes graves.
Mas prevenção rodoviária não se limita à proteção direta contra colisões. O congestionamento, por exemplo, aumenta a probabilidade de acidentes e agrava problemas ambientais. A IA permite gerir interseções de forma dinâmica, ajustando os tempos dos semáforos de acordo com o fluxo real de tráfego, o que reduz paragens desnecessárias, melhora a fluidez e diminui a frustração dos condutores.
A integração da inteligência artificial na prevenção rodoviária já não é uma visão futurista, mas uma realidade em expansão e sucesso desta transformação dependerá do investimento adequado, da cooperação entre autoridades e especialistas, e do compromisso ético de proteger simultaneamente as pessoas e os seus dados.
Atualmente, a AI já demonstra que pode ser uma aliada decisiva na redução de acidentes e na proteção de vidas. O desafio está em garantir que a sua implementação respeita princípios éticos, salvaguarda a privacidade e serve o interesse público."
Se for usada com responsabilidade, não será apenas uma ferramenta tecnológica, mas um verdadeiro agente de mudança capaz de transformar as estradas em espaços mais seguros, humanos e sustentáveis. No futuro, poderemos olhar para trás e perceber que a diferença entre um acidente e uma vida preservada começou com a decisão de colocar a inteligência ao serviço da segurança.
Leia Também: Opel usa luzes como 'linguagem' de segurança rodoviária
