A Noruega é um dos países mais avançados na implementação do automóvel elétrico ou eletrificado. Os objetivos das suas políticas foram alcançados e, agora, vai eliminar gradualmente os incentivos à compra até 2027.
Segundo o ministério das Finanças do país, atualmente "praticamente todos os novos veículos de passageiros na Noruega são elétricos", havendo um esquema de subsídios anuais de 17,5 mil milhões de coroas norueguesas (cerca de 1,5 mil milhões de euros) dedicados aos benefícios de IVA na aquisição.
Citado pela Reuters, o ministro Jens Stoltenberg sublinhou que as metas foram alcançadas: "Tínhamos um objetivo de todos os novos carros de passageiros serem elétricos até 2025. E podemos dizer que esse objetivo foi alcançado".
Já em comunicado, o governante defende que "a eliminação gradual dos benefícios dos veículos elétricos" vai permitir "reduzir outros impostos e taxas".
O plano consiste em reduzir o limite de preço do automóvel (com IVA) de 500 mil para 300 mil coroas norueguesas (de cerca de 42.580 euros para perto de 25.548 euros) no próximo ano, antes da eliminação total em 2027.
Por outro lado, para que os automóveis se mantenham sustentáveis, o governo quer apoiar em 14 por cento os impostos sobre o carbono já no ano que vem - o que se encaixa com o plano de aumentar o patamar geral para as 2.400 coroas norueguesas por quilómetro em 2030. Depois, em 2035, está prevista a taxação a partir das 3.400 coroas por quilómetro de dióxido de carbono.
No entender de Jens Stolttenberg, esta é a medida acertada: "Estamos a reforçar o uso das taxas de carbono, um dos nossos instrumentos mais importantes na redução das emissões. A mudança da política climática do governo contribui para a redução continuada das emissões de gases com efeitos de estufa pela Noruega"
Associação contesta medidas
A Associação de Carros Elétricos Norueguesa (NTB) discorda das medidas agora anunciadas e já o fez saber num comunicado..
A diretora Christina Bu fala de "uma proposta irresponsável" que vai afetar negativamente aqueles que precisam de um carro e vai "aumentar o preço dos carros usados, afetando famílias normais que dependem de um carro na vida do dia-a-dia e querem fazer uma escolha amiga do ambiente".
No entender da responsável associativa, é possível que "mudanças grandes e repentinas" possam fazer "mais pessoas voltarem para os carros de combustíveis fósseis", quando sete em dez automóveis nas estradas norueguesas ainda são de combustão.
E vincou: "Temos de nos lembrar que este ainda é um sucesso recente. Só agora é que as pessoas nas zonas rurais começaram realmente a comprar carros elétricos e não nos devemos enganar e pensar que as vendas de carros elétricos vão continuar sozinhas".
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