A Comissão Europeia quer proteger a indústria do aço na Europa, e as possíveis novas medidas contra a importação para a União Europeia geram preocupação na indústria automóvel.
Em comunicado, a Associação de Construtores Automóveis Europeus (ACEA) esclarece que cerca de 90 por cento do aço adquirido pelo setor é produzido no espaço comunitário.
No entanto, há preocupação com o impacto que os limites propostos pode ter na inflação dos preços de mercado - e, por consequência, dos automóveis.
As medidas propostas esta terça-feira (7 de outubro) preveem uma tarifa de 50 por cento para importações acima da quota limite de 18,3 milhões de toneladas por ano (que é significativamente mais baixa).
Será, também, necessário identificar a origem, já que só o aço derretido e moldado na UE é considerado europeu. No entanto, as medidas ainda estão longe de entrar em vigor, já que é preciso passar pelo processo de aprovação pelos Estados-membros e pelo Parlamento Europeu.
A ACEA defende que Bruxelas "precisa de olhar individualmente para setores, como o automóvel, em que apesar de haver uma forte dependência do fornecimento de aço doméstico", continua a ser necessário "importar certas quantidades e qualidades".
Alerta a associação que as quotas para os tipos de aço usados pela indústria automóvel têm sido "rapidamente esgotadas nos últimos sete anos de salvaguarda".
Por outro lado, a ACEA alerta a Comissão Europeia para "a complexidade de aplicar a regra do derretimento e moldagem numa cadeia de fornecimento tão profunda e global como a do setor automóvel".
Dirigente defende "melhor equilíbrio"
A diretora-geral da entidade, Sigrid de Vries, admite que a indústria siderúrgica europeia enfrenta desafios como a descarbonização e precisa 2de algum grau de proteção".
No entanto, defende que "os parâmetros propostos pela Comissão vão demasiado longe ao isolar o mercado europeu". E considera ainda que as medidas precisam de "encontrar um melhor equilíbrio entre as necessidades dos produtores e utilizadores europeus de aço".
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