A Dacia está a ganhar cada vez mais expressão no mercado. Em Portugal, como na Europa, é já uma marca que ocupa os lugares cimeiros no que toca a venda de veículos.
No entanto, com o mercado em constante mudança, a marca que faz parte do Grupo Renault quer manter-se atualizada e posicionar-se. Laurens van den Acker, chefe de design do Grupo Renault, falou precisamente sobre o caminho que a Dacia quer percorrer nos próximos anos.
"Na minha opinião, não existe um concorrente sério para a Jeep na Europa. Por que é que a Dacia não pode ser esse concorrente? Não existe nenhuma marca [acessível] que esteja ligada ao ar livre, que nos leve para fora da cidade, o que, especialmente desde os tempos da Covid, se está a tornar extremamente relevante. A Dacia é uma marca que está muito bem posicionada para as pessoas que adoram o ar livre. Assim, isto dá duas razões para comprar o carro, e não apenas uma", afirmou.
Com o Duster a chegar em 2024 e o novo Bigster também, Van den Acker falou ainda sobre o SUV de grandes dimensões e deixou um alerta: "Não esperem um SUV premium".
"A realidade é que, se começarmos a fabricar carros maiores, estamos a enfrentar outros concorrentes. Por isso, não podemos simplesmente copiar a receita do Sandero para o segmento C: isso não funcionaria. Por isso, temos de ser muito claros quanto ao que nos espera em termos de concorrência, porque não estamos a jogar o mesmo jogo. Por isso, a Dacia fará o que for correto para ser credível no segmento C sem perder a sua vantagem competitiva [o preço baixo].
O responsável pelo design do Grupo Renault não terminou a entrevista sem destacar o grande trunfo da Dacia para o futuro a curto e médio-prazo.
"Quando todas as marcas estiverem a ficar mais caras devido à transformação para veículos elétricos, nem toda a gente poderá dar esse passo. Vão existir pessoas que quererão procurar um transporte decente, acessível, essencial e porreiro. Espero que a Dacia vá apanhar muitas das folhas que vão cair das árvores", rematou.